Na passada terça feira, após o jantar fomos passear pelo troço de estrada que dá acesso às estrada 315 e IC5. Uma noite fantástica… Uma lua na transição de nova para quarto crescente permitia alguma visibilidade. Uma placidez imensa onde o silêncio era apenas recortado pelo som dos grilos. Pelo caminho adivinhavam-se, pela fragrância, as plantas silvestres que a noite ocultava, orégãos, tomilho, arçãs, alecrim, zimbro e outras cujo nome desconheço.
No céu com toda a nitidez destacavam-se as Ursas Maior e Menor, a Cassiopeia e uma imensa Via Láctea que há muito eu não via. Lembrei-me então de um poema que ainda não se encontra publicado e que escrevi já há vários anos numa situação idêntica. Aqui fica.
Via Láctea
Hoje, ao olhar o firmamento, na direcção de Cassiopeia e de Perseu
deparei com algo, que não via no céu há muito tempo.
Na nossa galáxia espiral, milhões de estrelas em cintilação
definiam como que uma estrada, uma mancha difusa, esbranquiçada.
Muitas delas já nem estrelas serão pois as estrelas,
como qualquer mortal, também nascem, crescem e fenecem.
A mitologia, que sempre alimentou a humana fantasia,
tem, para a dita estrada, outra explicação.
Júpiter que, apesar de ser deus, de galáxias e estrelas nada percebia,
decidiu criar no céu aquela via
E assim, enquanto Juno o filho amamentava, pelo céu algum leite derramava.
O que Júpiter jamais suspeitaria é que tal via,
mais tarde serviria a uma outra fé, num outro deus.
Vejo-a todas as noites neste céu que fica por cima do meu ardim, assim como as constelações que citas. É uma beleza. O quarto crescente está-se a adivinhar e já há luar sobre o mar...
ResponderEliminarSomos felizes....mas eu não faço poemas:))
Bjo
Que lindo poema, Regina!!! E que homenagem à deusa Ciência!!!!
ResponderEliminarUm beijo grande.
Este comentário foi removido pelo autor.
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