terça-feira, 1 de maio de 2012
Aniki Bobó
O realizador mais velho do mundo em actividade – o
portuense Manoel de Oliveira – vai receber o prémio Open Mind das mãos de
Fernanda Matos, a famosa Terezinha, personagem principal da sua primeira longa
metragem de ficção «Aniki Bobó» (1942). In Ciência Hoje
Um excerto de Aniki Bóbó pode ser visto aqui
Entre
os meus inúmeros projectos para público infanto-juvenil, que aguardam edição, tenho
um cujo título é Cinema e fotografia, Universos de magia
Deixo aqui o texto relativo ao cinema, onde presto uma modestíssima homenagem a Manoel de Oliveira
Era uma vez …o cinema
Cinema é uma palavra com origem na Grécia antiga
e quer dizer
movimento.
Desde há muito,
muito, tempo, já nos tempo das cavernas,
o Homem tentou
gravar, com desenhos e pinturas,
cenas com movimento como a caça e a dança
e, entre
animais, uma briga.
Em grutas e outros
lugares ficaram para sempre gravuras
que, pela
arqueologia, hoje são muito
estudadas.
Em Portugal, junto
ao Côa existem muitas gravuras,
são diversas as
imagens junto ao rio, em suas margens.
Figuras humanas,
equestres, e muitas outras que tais
como cervos e
bisontes, que andavam pelos montes
estão nas
pinturas rupestres que são pinturas murais.
Mas há mais….
Com o teatro de
sombras, os povos orientais
simulavam movimentos
de coisas e de animais,
um guerreiro que lutava com um terrível dragão
e um príncipe que
salvava a princesa em aflição.
Também a câmara
escura, uma caixinha fechada
com um pequeno
orifício, divertia muita gente.
Com uma vela
acesa à frente, na face oposta à furada
numa imagem projetada
surge, de pernas para o ar,
uma chama a oscilar
Daqui à
fotografia e ao cinema foi um passo.
Já eram então
conhecidos uns jogos bem divertidos,
jogos óticos,
chamados.
Objetos
desenhados, variando a posição
mas dentro da
mesma ação,
se forem
observados a seguir, rapidamente,
podem dar a
ilusão de um movimento aparente.
Se num lado dum cartão
figurar uma pereira
e no outro uma pêra,
desenhada e invertida
ao rodarmos o
cartão, vai parecer-nos que a pêra
de uma forma
divertida, na árvore está pendurada.
As imagens que
nós vemos ficam durante algum tempo
retidas na nossa
mente.
Estamos a ver a
pereira e a pêra simultaneamente,
Como tal, parece
estar daquela árvore pendente.
Foram dois irmãos
franceses, Lumiére de apelido,
que inventaram o
cinema usando a fotografia….
Hoje é visto em
toda a parte, corre pelo mundo inteiro,
e chamam-lhe a
sétima arte.
Assim surgiu uma
indústria que gera muito dinheiro.
Após o cinema
nascer e nos primeiros trinta anos
os filmes não
tinham som. Dizia-se cinema mudo,
filmes cómicos, geralmente,
sempre muito divertidos.
Charlot, um ator
inglês um ator surpreendente,
era muito
conhecido.
Com um bigode
aparado e uma bengala na mão,
na cabeça uma cartola, um fraque mal ajeitado,
andando com os
pés de lado num papel de trapalhão
fazia de quase
tudo, fazia rir e chorar.
Hoje há famosos
atores e também realizadores.
Um deles Manoel
de Oliveira fica para sempre na história
pois não existe
memória de alguém assim, aos cem anos,
bons filmes
realizar
e ter ainda em
seus planos, a obra continuar.
A máquina de
filmar, primeiro uma raridade,
é hoje banalidade
e é sempre divertido
vermos através dos filmes toda a nossa evolução.
Aquele bebé
despido sempre a chapinar na água
era o tio
Sebastião que hoje tem bigode e barba.
E aquela
pequenita que usava uma grande trança,
era a madrinha
Ana Rita que hoje é a mãe da Constança.
Mas filmar um
grande filme, dos que passam em cartaz,
já é bem mais
complicado, nem toda a gente é capaz.
Podem ser de
animação, históricos, de ficção,
todos eles, sem
exceção, implicam dedicação,
estudo, imaginação, trabalho e custo elevado.
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Interessante.
ResponderEliminarNão sou amante dos filmes de Oliveira - acho-os muito vagarosos e alguns mesmo desinteressantes, lamento dizê-lo, quando comparados com produções inglesas. Admiro, porém, a tenacidade e a capacidade do realizador e orgulho-me de ele ser português e ter projecção no estrangeiro, ainda que para um público muito específico.
Quanto ao cinema, é realmente o mundo dos sonhos...o único local onde esquecemos todos os problemas reais, involvendo-nos em histórias de ficção. Um bom filme é como um bom livro: apaixonante.
O Cinema é Arte e Manoel de Oliveira sabe honrá-la.
ResponderEliminarMas, de tudo o que vi dele, foram ANIKI-BOBÓ e o documentário DOURO, FAINA FLUVIAL, as películas de que mais gostei.
Um beijo Regina e mais uma vez a minha admiração por todo o seu excelente trabalho dirigido ao público infanto juvenil.