O Prémio Nobel da Química 2011 foi atribuído a um físico, o israelita Dan Schechtman , pela descoberta dos quase-cristais.
A pesquisa de Shechtman trouxe uma mudança de paradigma relativamente à organização dos átomos em materiais sólidos. “Ao contrário da crença prévia de que os átomos ficam dentro dos cristais em padrões simétricos, Schechtman mostrou que podem organizar-se num padrão que não se repete. Podem ler mais in De Rerum Natura
Relativamente ao Nobel da Física foi atribuído a três cientistas americanos Saul Perlmutter, Brian P. Schmidt e Adam G. Riess pela pesquisa sobre a expansão acelerada do Universo Os dados foram colhidos observando supernovas distantes.
Desde as primeiras décadas do século passado, a partir do trabalho do astrónomo americano Hubble (1889-1953), admite-se um Universo em expansão como um balão que infla num determinado ritmo desde um início, o Big Bang, . Modelos cosmológicos posteriores previram que, dependendo da massa total do Universo, valor que desconhecemos, esta expansão poderia continuar para sempre, poderia aumentar, ou mesmo diminuir, revertendo o processo de expansão e fazendo o Universo encolher até um Big Crunch, ou seja, colapsando em si mesmo. Einstein (1879-1955) não gostava da ideia da expansão do Universo mas acabou por admitir que podia não ter razão. Pesquisas bem mais recentes continuam a apontar para a expansão do Universo. Mais ainda, admite-se hoje que o Universo não só se expande mas que a taxa de expansão é cada vez maior. Não se sabe exactamente o que provoca esta aceleração. Deve ser alguma forma de energia cuja origem ainda permanece obscura para a Ciência. Na dúvida, os cosmólogos chamaram-na de Energia Escura.
A propósito deste prémio Nobel ouçamos Carlos Fiolhais
E porque os dois poemas que seguem evocam a expansão do Universo, embora de forma mais ou menos implícita, resolvi inseri-los na mensagem
Scherzo
Do quark à galáxia, por entre a matéria escura,
no Cosmos infinito estará disseminada uma memória futura.
Talvez nessa memória esteja lavrada a história
dum outro universo, simples mas diverso,
pleno de música, de riso, de cor,
sem ódio, sem guerra, sem dor.
Essa memória futura, algures no espaço- tempo,
terá, porventura, acordes de um scherzo lento.
In Poemas no espaço- tempo a aguardar publicação
Big-Bang
Na minha infância, o Universo estendia-se
do Castelo até às Eiras, envolvendo a Praça
e o Cabecinho onde ficava a minha escola.
À volta eram ladeiras que velavam o sono do rio
lá no fundo. Era assim o meu mundo
que, para mim, era maior que o infinito
e que em cinco linhas aqui ficou descrito,
contrariando assim, à evidência,
uma das conjecturas da ciência.
Desde o seu Big-Bang
o meu Universo contrai-se, não se expande.
In Magnetismo terrestre
Tanto Espaço....e tanta mesquinhez à nossa volta....se nos reduzíssemos à nossa ínfima espécie e não nos déssemos tanta importância, a vida seria bem mais fácil e feliz.
ResponderEliminarJá conhecia os teus poemas, mas é sempre bom relê-los e estes vêm bem a propósito.
Sempre sonhei em ver o espaço pelo telescópio Hubble.....:)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá Regina
ResponderEliminarGostei muito dos seus poemas,como sempre.
Mas não aceito que o seu universo se esteja a reduzir, pois o seu trabalho,a sua ação, chegam cada vez mais longe.
Quanto ao outro Universo de Paz, Harmonia, Amor, não estará nas nossas mãos darmos alguma contribuição, por pequena que seja, para a sua concretização?!!!
Um beijo da muito amiga e admiradora.
O meu computador ainda não está bom.Tive que eliminar vários comentários. Espero que o companheiro de uma minha neta lhe dê um jeito,ainda hoje.
ResponderEliminarMais um beijo.
Obrigada àsa duas
ResponderEliminarO meu Universo que se contrai é só a minha aldeia. Na minha infância parecia-me enorme. Hoje reduz-se a uma pequena aldeia perdida no nordeste mas de que gosto muito
Um beijo grande
Regina