domingo, 3 de abril de 2011
BURACOS NEGROS...
Buracos negros
As estrelas também gostam de brincar
às escondidas
A maioria das vezes escondem-se umas atrás das outras
ou nas imediações de um quasar
Mas não há melhor lugar
para uma estrela se esconder
que num buraco negro
Elas vêm as outras
e ninguém as consegue ver
Jorge Sousa Braga em Pó de Estrelas
O que é um buraco negro? A resposta a esta pergunta exige elevados conhecimentos no âmbito da Física e da Matemática, não acessíveis à maioria dos cidadãos, maioria em que obviamente me incluo.
Carl Sagan, com a sua capacidade de divulgar a ciência junto do cidadão comum, fala de buracos negros neste vídeo
No passado dia 29 a revista on-line, Ciência Hoje, a que já me referir inúmeras vezes publicou um artigo com novas revelações sobre este tema de que deixo algumas passagens
O observatório de raios gama da Agência Espacial Europeia (ESA), Integral, detectou matéria extremamente quente, apenas um milissegundo antes de entrar para o esquecimento de um buraco negro. Esta observação única sugere que parte da matéria poderá conseguir escapar.
A algumas centenas de quilómetros da sua superfície mortal, o espaço é uma agitação de partículas e radiação. Vastas tempestades de partículas ficam condenadas, a velocidades próximas à da luz, elevando a temperatura até aos milhões de graus.
Normalmente, demora apenas um milissegundo até as partículas atravessarem esta distância final, mas poderá haver esperança para uma pequena parte delas. Graças às novas observações do Integral, os astrónomos sabem agora que esta região caótica está enredada em campos magnéticos.
Esta foi a primeira vez que foram identificados tão próximo de um buraco negro. O Integral mostra ainda que os campos magnéticos são estruturados, e formam um túnel de escape para algumas partículas condenadas. A descoberta foi feita pela equipa de Philippe Laurent, CEA Saclay, França, através do estudo do buraco negro Cygnus X-1, que está a desfazer uma estrela vizinha, alimentando-se do seu gás.
Os dados revelam que é suficientemente forte para roubar partículas ao campo gravitacional do buraco negro, puxando-os para fora e criando jactos de matéria para o espaço. As partículas nestes jactos são levadas para trajectórias em espiral, no percurso dentro do campo magnético até à liberdade e isto está a afectar uma propriedade dos raios gama, conhecida como polarização.
Tal como a luz visível, os raios gama são uma espécie de onda e a orientação da onda denomina-se polarização. Quando uma partícula com velocidade gira num campo magnético produz um tipo de luz, conhecida como emissão de sincrotrão, que apresenta um padrão específico de polarização (…).
Termino este meu post sobre buracos negros, com um poema meu e com duas obras do artista Aldir Mendes De Souza. As obras fazem parte de um conjunto designadocomo Buracos negros de todas as cores
Silêncio denso
A árvore das palavras já secou.
No início eram palavras perfumadas
que nem rosas.
Com o tempo foram perdendo o perfume,
ficaram desbotadas, a planta estiolou.
Em vez das palavras
um silêncio cada vez mais denso
qual buraco negro, aprisionando a luz
que outrora das palavras emanou.
Regina Gouveia
Buraco negro cinza
Buraco negro amarelo
Buraco negro vermelho
As estrelas também gostam de brincar
às escondidas
A maioria das vezes escondem-se umas atrás das outras
ou nas imediações de um quasar
Mas não há melhor lugar
para uma estrela se esconder
que num buraco negro
Elas vêm as outras
e ninguém as consegue ver
Jorge Sousa Braga em Pó de Estrelas
O que é um buraco negro? A resposta a esta pergunta exige elevados conhecimentos no âmbito da Física e da Matemática, não acessíveis à maioria dos cidadãos, maioria em que obviamente me incluo.
Carl Sagan, com a sua capacidade de divulgar a ciência junto do cidadão comum, fala de buracos negros neste vídeo
No passado dia 29 a revista on-line, Ciência Hoje, a que já me referir inúmeras vezes publicou um artigo com novas revelações sobre este tema de que deixo algumas passagens
O observatório de raios gama da Agência Espacial Europeia (ESA), Integral, detectou matéria extremamente quente, apenas um milissegundo antes de entrar para o esquecimento de um buraco negro. Esta observação única sugere que parte da matéria poderá conseguir escapar.
A algumas centenas de quilómetros da sua superfície mortal, o espaço é uma agitação de partículas e radiação. Vastas tempestades de partículas ficam condenadas, a velocidades próximas à da luz, elevando a temperatura até aos milhões de graus.
Normalmente, demora apenas um milissegundo até as partículas atravessarem esta distância final, mas poderá haver esperança para uma pequena parte delas. Graças às novas observações do Integral, os astrónomos sabem agora que esta região caótica está enredada em campos magnéticos.
Esta foi a primeira vez que foram identificados tão próximo de um buraco negro. O Integral mostra ainda que os campos magnéticos são estruturados, e formam um túnel de escape para algumas partículas condenadas. A descoberta foi feita pela equipa de Philippe Laurent, CEA Saclay, França, através do estudo do buraco negro Cygnus X-1, que está a desfazer uma estrela vizinha, alimentando-se do seu gás.
Os dados revelam que é suficientemente forte para roubar partículas ao campo gravitacional do buraco negro, puxando-os para fora e criando jactos de matéria para o espaço. As partículas nestes jactos são levadas para trajectórias em espiral, no percurso dentro do campo magnético até à liberdade e isto está a afectar uma propriedade dos raios gama, conhecida como polarização.
Tal como a luz visível, os raios gama são uma espécie de onda e a orientação da onda denomina-se polarização. Quando uma partícula com velocidade gira num campo magnético produz um tipo de luz, conhecida como emissão de sincrotrão, que apresenta um padrão específico de polarização (…).
Termino este meu post sobre buracos negros, com um poema meu e com duas obras do artista Aldir Mendes De Souza. As obras fazem parte de um conjunto designadocomo Buracos negros de todas as cores
Silêncio denso
A árvore das palavras já secou.
No início eram palavras perfumadas
que nem rosas.
Com o tempo foram perdendo o perfume,
ficaram desbotadas, a planta estiolou.
Em vez das palavras
um silêncio cada vez mais denso
qual buraco negro, aprisionando a luz
que outrora das palavras emanou.
Regina Gouveia
Buraco negro cinza
Buraco negro amarelo
Buraco negro vermelho
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Olá Regina, também costumo ler o Ciência Hoje,mas este artigo dos buracos negros escapou-me talvez porque não leio os "mail" todos por ainda andar um pouco cansada.
ResponderEliminarMas se algumas partículas conseguem escapar ao buraco negro, quem sabe se nós escaparemos também ao buraco negro que nos espreita? Isto é uma analogia um pouco tola,mas resulta das muitas preocupações que me traz este triste futuro que se avizinha.
Como sempre, gostei muito do seu poema que no entanto me pareceu um bocadinho pessimista até porque da sua postura na vida continua a irradiar imensa luz.
Os quadros são lindos e, embora abstractos podem dar lugar a muitas interpretações p.e. convergência de opiniôes, ideais,ec
Hoje pus-me para aqui a divagar, mas é também uma maneira de dialogar.
Um beijo muito amigo, Regina.
Não acho que o teu poema seja pessimista, acho-o muito realista e sinto que é verdadeiro, pelo menos, no que me toca em certas situaçoes. As pinturas são um pouco cubistas para meu gosto, gosto mais de outros motivos mais imprecisos.
ResponderEliminarHoje o buraco negro foi o Estádio da Luz, que se eclipsou sob a vitória do FCP. Ganhámos . Somos campeões. Estou feliz.... ( desculpa a infantilidade)!
bjo