sexta-feira, 2 de julho de 2010
Livros...
O dia de ontem foi o Dia nacional das Bibliotecas. Não sabia. Foi através do BLOG cor em movimento que me apercebi.
A Biblioteca do meu pai e do meu avô (que não conheci) eram pequenas bibliotecas, mas relativamente grandes se atendermos à época e às aldeias transmontanas de então. Da do meu avô herdei pouco, porque, imagine-se a estupidez, a maior parte dos livros foram queimados pele família do empregado que vivia lá em casa, gente muito boa, mas analfabeta.
A do meu pai, continha apenas livros de autores brasileiros( Machado de Assis, Juraci Camargo e pouco mais), franceses(essencialmente Victor Hugo) e portugueses. Destes, muitos: Camilo, Eça, Camões, Garrett, Eugénio de Castro, Trindade Coelho, Júlio Dinis, Guerra Junqueiro e por aí fora, muitos deles da LELLO com aquelas encadernações muito bonitas. Na minha fase universitária li muito Somerset Maugham, Hemingway, Pearl Buck, Steinbeck , etc. Fui comprando pouco a pouco, com uns dinheiritos que conseguia "poupar".
Mais tarde foi a fase dos brasileiros que não constavam na Biblioteca do meu pai, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, Erico Veríssimo, Drumond de Andrade e essencialmente Jorge Amado. Hoje continuo a ler essencialmente autores lusófonos mas, entre os meus livros preferidos, encontram-se outros autores
A propósito de livros aqui deixo um poema
Gosto de livros. São objectos simples e muitas vezes belos.
Alguns são mesmo muito belos.
Quando pego num, passeio o meu olhar por título e autor.
Depois, qual ritual, num gesto sensual acaricio a capa e a lombada,
aspiro o seu odor.
Por fim decido-me a abri-lo, a folheá-lo
e de uma forma sôfrega, apressada, começo a lê-lo.
Leio-o por vezes só de uma assentada.
Mais tarde, releio-o lentamente saboreando frases e palavras uma a uma,
tentando adivinhar sentido e intenção na pontuação, se a mesma existe,
na que imagino, quando ausente.
Paulatinamente releio-o uma outra vez, ainda mais uma. Em suma, ler
é uma fonte inesgotável de prazer
Mas o livro não pode ser qualquer. Alguns, simplesmente não os leio,
outros abandono-os quando a meio.
Todos eles simples,, submissos, aceitam os meus gestos, manifestos ou omissos.
Regina Gouveia
A Biblioteca do meu pai e do meu avô (que não conheci) eram pequenas bibliotecas, mas relativamente grandes se atendermos à época e às aldeias transmontanas de então. Da do meu avô herdei pouco, porque, imagine-se a estupidez, a maior parte dos livros foram queimados pele família do empregado que vivia lá em casa, gente muito boa, mas analfabeta.
A do meu pai, continha apenas livros de autores brasileiros( Machado de Assis, Juraci Camargo e pouco mais), franceses(essencialmente Victor Hugo) e portugueses. Destes, muitos: Camilo, Eça, Camões, Garrett, Eugénio de Castro, Trindade Coelho, Júlio Dinis, Guerra Junqueiro e por aí fora, muitos deles da LELLO com aquelas encadernações muito bonitas. Na minha fase universitária li muito Somerset Maugham, Hemingway, Pearl Buck, Steinbeck , etc. Fui comprando pouco a pouco, com uns dinheiritos que conseguia "poupar".
Mais tarde foi a fase dos brasileiros que não constavam na Biblioteca do meu pai, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, Erico Veríssimo, Drumond de Andrade e essencialmente Jorge Amado. Hoje continuo a ler essencialmente autores lusófonos mas, entre os meus livros preferidos, encontram-se outros autores
A propósito de livros aqui deixo um poema
Gosto de livros. São objectos simples e muitas vezes belos.
Alguns são mesmo muito belos.
Quando pego num, passeio o meu olhar por título e autor.
Depois, qual ritual, num gesto sensual acaricio a capa e a lombada,
aspiro o seu odor.
Por fim decido-me a abri-lo, a folheá-lo
e de uma forma sôfrega, apressada, começo a lê-lo.
Leio-o por vezes só de uma assentada.
Mais tarde, releio-o lentamente saboreando frases e palavras uma a uma,
tentando adivinhar sentido e intenção na pontuação, se a mesma existe,
na que imagino, quando ausente.
Paulatinamente releio-o uma outra vez, ainda mais uma. Em suma, ler
é uma fonte inesgotável de prazer
Mas o livro não pode ser qualquer. Alguns, simplesmente não os leio,
outros abandono-os quando a meio.
Todos eles simples,, submissos, aceitam os meus gestos, manifestos ou omissos.
Regina Gouveia
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Outra vez a Regina inteirinha.
ResponderEliminarUm grande abraço.
Quem me dera ler livros de fio a pavio como fazia quando tinha vinte anos. Depois de começar a trabalhar e de ter filhos, nunca mais consegui ler um livro sem parar. Falta de concentração, a TV, os filhos, as aulas, os trabalhos em casa, os manuais, tudo me impediu de ter tempo para lazer. O meu ex- lia 2 livros por semana, muitos em inglês - ia buscá-los ao Britânico - porque vivia alheado do que se passava à volta, eu nunca consegui e fazia mil e uma coisa ao mesmo tempo e trabalhava até as 2 da manhã.
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