Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


domingo, 16 de maio de 2010

Minha pátria é a língua portuguesa- Parte 2

Tendo estado no meu “Nordeste” durante uma semana, só hoje é possível dar continuidade ao último texto. Recordo que, desafiada para orientar uma oficina de escrita, a minha resposta foi obviamente não.

Posteriormente surgiu a ideia uma co-orientação com a Arminda Durão, professora de português muito competente e com experiência em trabalhar com adultos. Resolvemos conjuntamente aceitar o desafio. Dada a sua pequena duração, planeámos a oficina em torno da poesia e do conto, tentando dar visões de diferentes autores contemporâneos, de Torga a Carlos Vaz, passando por Mia Couto e Rosa Lobato Faria, de Pessoa a Eugénio de Andrade passando por Gedeão e Ana Luísa Amaral.

O texto anterior foi reservado a Fernando Pessoa. Este irá ser dedicado a Miguel Torga.
Comecemos com uma apresentação em Power Point, concebida a partir do livro Fotobiografia, de Clara Rocha

Ouçamos agora o autor a propósito do texto Maria Lionça

Maria Lionça transporta-nos a S. Leonardo de Galafura


S.Leonardo da Galafura

À proa dum navio de penedos,

A navegar num doce mar de mosto,

Capitão no seu posto

De comando,

S. Leonardo vai sulcando

As ondas

Da eternidade,

Sem pressa de chegar ao seu destino.

Ancorado e feliz no cais humano,

É num antecipado desengano

Que ruma em drecção ao cais divino.



Lá não terá socalcos

Nem vinhedos

Na menina dos olhos deslumbrados;

Doiros desaguados

Serão charcos de luz

Envelhecida;

Rasos, todos os montes

Deixarão prolongar os horizontes

Até onde se extinga a cor da vida.



Por isso, é devagar que se aproxima

Da bem-aventurança.

É lentamente que o rabelo avança

Debaixo dos seus pés de marinheiro.

E cada hora a mais que gasta no caminho

É um sorvo a mais de cheiro

A terra e a rosmaninho!


Miguel Torga


A finalizar, deixo-vos com uma imagem de Galafura retirada de um site em que se podem apreciar muitas outras belíssimas fotografias

1 comentário:

  1. Já estive na Galafura com a UPP e achei que fizemos um belo passeio.Mas os textos e a fotografia que a Regina escolheu para ilustrar o seu trabaluo também são lindíssimos.
    Um beijo.

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