
responsável pelas comemorações.

Ontem, dia 27, decorreu um almoço convívio de antigos alunos extensivo a professores e que juntou mais de trezentas pessoas.
Fui e levei comigo uma professora catedrática da Faculdade de Farmácia, já jubilada, ainda minha familiar. Foi aluna da escola no ano em que a mesma foi transferida para o recém construído Liceu, nos anos 50. Ali encontrou várias colegas desse tempo.
Mas havia pessoas bem mais idosas como duas senhoras ( 92 e 94 anos) que foram alunas ainda em instalações anteriores.
Às 12 h, num momento musical muito bonito, atuaram Orquestra e Coro Mi Alegro da escola EB 2,3 Maria Manuela Sá, dirigidos pela Maestrina Ana Seixas.
Ana Maria Seixas nasceu em 1961 em Balazar. Concluiu o Curso Superior de Canto no Conservatório de Música do Porto em 1981;simultaneamente cantou como soprano sob a direcção do maestro César Morais. Desde então, dirige o coro de Música Sacra da Capela de Nossa Senhora das Dores, na Póvoa de Varzim.
Como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian frequentou cursos de música contemporânea. Gravou em estreia a obra de Jorge Peixinho “À Flor das Aguas Verdes” sob a direcção do maestro Mário Mateus.
Concluiu a Licenciatura de Educação Musical em 2000 e o Mestrado em 2002.
Profissionalmente exerce as funções de docência e coordenação do grupo de Educação Musical da EB 2,3 Mª Manuela Sá e é professora do ensino especializado de música nas disciplinas de Formação Musical e Classe de Conjunto no Conservatório de Música da Maia.
De há doze anos a esta parte dirige o coro de Professores da EB 2,3 Maria Manuela Sá e o Coro Allegro Cantabile desde a sua fundação em 2003. No ano 2000 funda a Orquestra MI ALEGRO que dirige.
Findo o concerto fui almoçar na cantina. O almoço decorreu entre as 12,30 e as 15, 30 pelo que não houve atropelos.
Às 15, 30, novo evento musical- atuação da Orquestra Carolina Michaëlis. recém formada com alunos a partir do 9ºano.
À atuação da orquestra seguiu-se um tempo de tertúlia, também aqui distribuído por dois espaços:
até 1970 no auditório grande e após 1970 no auditório pequeno. Pediram-me para fazer uma intervenção em jeito de testemunho. Fiz uma intervenção breve referindo-ma à minha vivência na escola desde 81 a 2006, com um ano sabático de interrupção, pelo meio.
Quando ali cheguei em 81, a escola era muito fechada a qualquer prática mais inovadora. Vinda do Alexandre Herculano, muitas vezes lamentei a mudança.
Ali, logo no meu ano de estágio, em 1969/1970, propus ao metodólogo, com quem muito aprendi, fazer uma aula de grupo. Disse-me: Faça, mas se correr mal a responsabilidade fica totalmente do seu lado.
Correu bem...A partir daí e nos anos que se seguiram fazia aulas de grupo com alguma frequência e ia utilizando estratégias cada vez mais diversificadas, sem sentir restrições a essas práticas, até porque em 72 comecei a orientar estágio, o que me dava uma grande grau de liberdade.
Quando a minha boa amiga Dra Flávia Mota, à época no Conselho Diretivo da Escola, me propôs ir para o Carolina, pus como condição a possibilidade de dispor de uma sala com mesas para poder fazer trabalho de grupo com os alunos, condição que foi aceite.
Quando precisei de dar o primeiro teste, e tal como fazia no Alexandre Herculano sem qualquer problema, pedi a uma colega a troca da sala por uma com carteiras. Respondeu-me com um ar irónico
Não quis uma sala com mesas? Agora aguente...
Alguns anos mais tarde a sala não seria impeditivo pois passei a elaborar testes diferentes, com possibilidade de consulta, para os quais de nada adiantava copiar pelo vizinho. Mas isso foi mais tarde quando a escola já tinha um grau de abertura diferente...
No meu testemunho falei de uma escola que progressivamente se foi abrindo à inovação, uma escola de que progressivamente fui aprendendo a gostar. No fim várias das pessoas presentes vieram ter comigo dizendo que tinha caraterizado muito bem bem a evolução da escola,
Finda a tertúlia tirámos uma foto de conjunto mas começou a chover e tivemos que "debandar",
Apenas encontrei três alunos e um estagiário que tinham manifestado a vontade de me reverem. Soube que o meu ex-aluno Luís Filipe Cunha andou à minha procura pois gostaria muito de estar comigo mas, com muita pena nossa, não nos encontrámos.
Quase a terminar não posso deixar de felicitar a Comissão Organizadora das comemorações deste Centenário. Sei também que outros elementos, não pertencentes à Comissão têm colaborado, dando o seu melhor.
Mal grado o desrespeito que a tutela e a sociedade têm vindo a mostrar para com os professores há, pelo país fora, muitos professores que se empenham com entusiasmo nesta missão belíssima de ser professor (veja-se o exemplo da maestrina citada no início)
E ao refletir sobre isto cito Luís Sepúlveda
Finda a tertúlia tirámos uma foto de conjunto mas começou a chover e tivemos que "debandar",
Apenas encontrei três alunos e um estagiário que tinham manifestado a vontade de me reverem. Soube que o meu ex-aluno Luís Filipe Cunha andou à minha procura pois gostaria muito de estar comigo mas, com muita pena nossa, não nos encontrámos.
Quase a terminar não posso deixar de felicitar a Comissão Organizadora das comemorações deste Centenário. Sei também que outros elementos, não pertencentes à Comissão têm colaborado, dando o seu melhor.
Mal grado o desrespeito que a tutela e a sociedade têm vindo a mostrar para com os professores há, pelo país fora, muitos professores que se empenham com entusiasmo nesta missão belíssima de ser professor (veja-se o exemplo da maestrina citada no início)
E ao refletir sobre isto cito Luís Sepúlveda
“A
sociedade uruguaia decidiu que o trabalho mais importante e que deve
ser honrado e premiado, é o do professor. Foi proposta uma lei
segundo a qual nenhum parlamentar do Uruguai, nenhum ministro, nem
sequer o presidente, pode ter um salário superior ao de um professor
primário. É um passo fundamental no caminho para a normalidade,
para uma justa hierarquia dos valores: reconhecer o trabalho
importantíssimo de uma categoria profissional que tem a missão de
transmitir às novas gerações o conhecimento, a cultura, a
tradição, todo um sistema de saberes”Luis Sepúlveda in Uma ideia de felicidade"
Termino deixando a indicação de sites onde podem encontrar referências ao centenário do Liceu Feminino