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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


terça-feira, 12 de maio de 2020

Leituras em tempo de pandemia


Leituras em tempo de pandemia
Sempre gostei muito de ler. Esta paixão pela leitura foi-me incutida pelos meus pais, muito em particular o meu pai que fundamentalmente lia autores portugueses, alguns brasileiros e o francês Victor Hugo. Ao longo do tempo fui conhecendo e apreciando muitos outros escritores, que vou lendo e  muitas vezes  relendo. É o caso de Albert Camus. O primeiro livro que adquiri foi  O Estrangeiro e a partir daí fui adquirindo vários outros. Um deles A Peste.
Em tempo de pandemia fui relê-lo mais uma vez. Acabei ontem.

A capa do livro. Creio tê-lo comprado  em 1968

Excerto de um pequeno texto introdutório

Aconselho vivamente a sua leitura que espelha, mais uma vez, o humanismo de Camus. A sua infância pobre na Argélia, as vidas dos operários e das crianças do seu bairro povoam a sua escrita e marcam o seu pensamento político e filosófico.
Em 1957 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura.
Escreveu então uma breve carta a Monsieur Germain, seu professor no ensino primário. numa escola pública de um bairro operário. Nela, o já consagrado escritor e filósofo franco-argelino expõe a sua gratidão àquele que havia sido responsável por uma profunda transformação na sua vida
19 novembre 1957
Cher Monsieur Germain,
J’ai laissé s’éteindre un peu le bruit qui m’a entouré tous ces jours-ci avant de venir vous parler de tout mon cœur. On vient de me faire un bien trop grand honneur, que je n’ai ni recherché ni sollicité. Mais quand j’en ai appris la nouvelle, ma première pensée, après ma mère, a été pour vous. Sans vous, sans cette main affectueuse que vous avez tendue au petit enfant pauvre que j’étais, sans votre enseignement, et votre exemple, rien de tout cela ne serait arrivé. Je ne me fais pas un monde de cette sorte d’honneur. Mais celui-là est du moins une occasion pour vous dire ce que vous avez été, et êtes toujours pour moi, et pour vous assurer que vos efforts, votre travail et le cœur généreux que vous y mettiez sont toujours vivants chez un de vos petits écoliers qui, malgré l’âge, n’a pas cessé d’être votre reconnaissant élève. Je vous embrasse de toutes mes forces.
Albert Camus


4 comentários:

  1. Já li há muito tempo e reli recentemente esse maravilhoso livro de Camus "A Peste".
    Um bom fim de semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  2. Era minha intenção reler agora Saramago, "As Intermitências da Morte" mas levei o livro para a aldeia da última vez que lá fui (há dois meses) e deixei-o lá por esquecimento. Vou continuar na releitura de Camus. Estou a reler O Exílio e o Reino
    Bjs

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  3. Vim aqui parar ancorado no blogue da Graça Pires. Por aqui respira-se arte. Leio, ouço e saio tentando não fazer ruído. A aura de respeito pelas coisas nobres que se respira assim o exige.

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  4. Obrigada pela sua visita e pelas suas palavras tão gentis.
    Regina Gouveia

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