Horário do Fim
quando chega a vez
é só um solavanco
na estrada por onde já não vamos
morre-se tudo
quando não é o justo momento
e não é nunca
esse momento
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas
Com os Mortos
arrastados no giro dos tufões,
Levados, como em sonho, entre visões,
Na fuga, no ruir dos universos...
E eu mesmo, com os pés também imersos
Na corrente e à mercê dos turbilhões,
Só vejo espuma lívida, em cachões,
E entre ela, aqui e ali, vultos submersos...
Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei vivem comigo,
Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem.
Antero de Quental, in "Sonetos"
A morte é um mistério. Ainda não consegui interiorizar que o grande amor da minha vida deixou de existir. Ando à procura de consolo na beleza da Natureza e já consigo passar um dia sem verter uma lágrima.
ResponderEliminarOs meus pêsames, Regina. Do coração.
Obrigada Virgínia.
EliminarSempre lidei mal com a morte mas não temos outros remédio senão aceitar.
No domingo passado fui a Lisboa estar com uma prima minha, bastante mais velha que eu, que ficou viúva há pouco tempo (o marido era conselheiro, Fernando Brandão Ferreira Pinto, e ambos viajavam muito em passeios com magistrados pelo que eventualmente até os poderás ter conhecido). Dos 3 filhos, um deles é Pró-Reitor na Católica em Lisboa e em conversa descobri que conhece o teu irmão Mário pois já fizeram juntos algumas intervenções a propósito do aborto. O mundo é pequeno...
Ab
Regina
O nome não me é estranho. Fiz vários passeios com magistrados e gostei muito. Que saudades !
ResponderEliminarBjinho
Lamento a morte de seu irmão. Foi bonita a homenagem com poemas e música.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Obrigada Graça. Não pude estar presente na apresentação do seu livro. Pedi que me guardassem um e lhe pedissem para mo autografar mas ainda não tive oportunidade de ir buscá-lo à Unicepe
EliminarBjs
Regina