sábado, 4 de abril de 2015
Ele gostava era do cinema.
O título desta mensagem, fui buscá-lo ao comentário de João Botelho sobre Manoel de Oliveira
"O Manoel estava farto dos filmes – disso que agora só temos nos centros comerciais. Ele gostava era do cinema. Por isso, pegou nos filmes dele e levou-os para o céu”, defendeu o realizador d'Os Maias, reassumindo que lhe deve tudo".
Hoje fui à Casa das Artes ver Lisbon Story filme em que Wim Wenders foi conduzido pelas ruas da capital portuguesa pela mão De Manoel de Oliveira e pela música dos Madredeus.
Deixo dois pequenos excertos do filme, nesta minha modestíssima homenagem ao grande MESTRE.
Termino com um texto meu de 2010, destinado essencialmente ao público mais jovem e ainda não publicado,
Era uma vez …o cinema
Cinema é uma palavra com origem na
Grécia antiga
e
quer dizer movimento.
Desde
há muito, muito, tempo, já nos tempo das cavernas,
o
Homem tentou gravar, com desenhos e pinturas,
cenas
com movimento como a caça e a dança
e,
entre animais, uma briga.
Em
grutas e outros lugares ficaram para sempre gravuras
que,
pela
arqueologia, hoje são muito
estudadas.
Em
Portugal, junto ao Côa existem muitas gravuras,
são
diversas as imagens junto ao rio, em suas margens.
Figuras
humanas, equestres, e muitas outras que tais
como
cervos e bisontes, que andavam pelos montes
estão
nas pinturas rupestres que são pinturas murais.
Mas
há mais….
Com
o teatro de sombras, os povos orientais
simulavam
movimentos de coisas e de animais,
um guerreiro que lutava com um terrível dragão
e
um príncipe que salvava a princesa em aflição.
Também
a câmara escura, uma caixinha fechada
com
um pequeno orifício, divertia muita
gente.
Com
uma vela acesa à frente, na face oposta à furada
numa
imagem projetada surge, de pernas para o
ar,
uma
chama a oscilar
Daqui
à fotografia e ao cinema foi um passo.
Já
eram então conhecidos uns jogos bem divertidos,
jogos
óticos, chamados.
Objetos
desenhados, variando a posição
mas
dentro da mesma ação,
se
forem observados a seguir, rapidamente,
podem
dar
a ilusão de um movimento (aparente).
Se
num lado dum cartão figurar uma pereira
e
no outro lado uma pêra, desenhada e invertida
ao
rodarmos o cartão, vai parecer-nos que a
pêra
de
uma forma divertida, na árvore está pendurada.
As
imagens que nós vemos ficam durante algum tempo
retidas
na nossa mente.
Estamos
a ver a pereira e a pêra simultaneamente,
Como
tal, parece estar daquela árvore
pendente.
Foram
dois irmãos franceses, Lumiére de apelido,
que
inventaram o cinema usando a fotografia….
Hoje
é visto em toda a parte, corre pelo mundo inteiro,
e
chamam-lhe a sétima arte.
Assim
surgiu uma indústria que gera muito
dinheiro.
Após
o cinema nascer e nos primeiros trinta anos
os
filmes não tinham som. Dizia-se cinema mudo,
filmes
cómicos, geralmente, sempre muito divertidos.
Charlot,
um ator inglês um ator surpreendente,
era
muito conhecido.
Com
um bigode aparado e uma bengala na mão,
na
cabeça uma cartola, um fraque mal
ajeitado,
andando
com os pés de lado num papel de trapalhão
fazia
de quase tudo, fazia rir e chorar.
Hoje
há famosos atores e também realizadores.
Um
deles Manoel de Oliveira fica para sempre na história
pois
não existe memória de alguém assim, aos
cem anos,
bons
filmes realizar
e
ter ainda em seus planos, a obra continuar.
A
máquina de filmar, primeiro uma raridade,
é
hoje banalidade e é sempre divertido
vermos através dos filmes toda a nossa evolução.
Aquele
bebé despido sempre a chapinar na água
era
o tio Sebastião que hoje tem bigode e barba.
E
aquela pequenita que usava uma grande
trança,
era
a madrinha Ana Rita que hoje é a mãe da Constança.
Mas
filmar um grande filme, dos que passam em cartaz,
já
é bem mais complicado, nem toda a gente é capaz.
Podem
ser de animação, históricos, de ficção,
todos
eles, sem exceção, implicam dedicação,
estudo, imaginação, trabalho e custo elevado.
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Admirava mais Manoel de Oliveira como homem, portuense de gena, com uma garra e uma simplicidade desarmastes. Confesso que não aprecio os seus filmes, não me atraem, talvez porque são lentos demais e as histórias um pouco arrastadas...
ResponderEliminarNão duvido de que tenha sido um cineasta fora de série, mas não sendo ele elitista, o seu cinema era só para alguns.
Adoro cinema - ainda esta semana vi Suite Française de que gostei muito - mas não sou apreciadora dos clássicos transformados em cinema, nem mesmo atuns britânicos, que são obras primas.
Binho
Também não sou grande apreciadora dos filmes de Oliveira embora tenha gostado bastante de Vale Abraão. Reconheço, no entanto, que em todo o seu percurso de vida foi um homem fora de série.
ResponderEliminarAb
Regina