quinta-feira, 22 de março de 2012
Das Beiras a Trás - os -Montes e não só...
Há épocas no ano em que, como autora, sou muito solicitada por escolas: a semana da ciência, em novembro e as da leitura e da poesia em março. Em mensagens anteriores fui dando conta das minhas andanças por várias escolas. Vou terminar o relato
No dia 12 fui de manhã a Oliveira do Hospital .
Dado o elevado número de alunos, as sessões decorreram no auditório da Casa da Cultura. Saí de lá um pouco desencantada pois não notei nos alunos aquele entusiasmo que me enche a alma…
Quando regressava ao Porto, o editor tomou conhecimento que uma autora cuja presença estava prevista nessa tarde em Ermesinde não iria estar presente e os alunos tinham preparado uma representação para o evento. Quer a editora quer a escola sentiram que para os alunos iria ser uma grande decepção. Era óbvio que eu não poderia substituir a autora mas poderia estar presente, assistir à representação e conversar com os alunos. Fui. A representação foi muito interessante e senti que a minha presença lhes agradou. No final quiseram tirar fotos comigo, etc
No dia 13 de manhã fui à Tocha. Professores e alunos muito empenhados. Estes fizeram uma apresentação muito interessante da Breve História da Química
À tarde fui para Bragança. Como cheguei às 19 h ainda pude passear um pouco pelas ruas da minha infância e adolescência. A cidade cresceu muito desde então e eu só identifico as ruas de outrora
Em Bragança sou recebida sempre com um carinho inexcedível. No dia 14 de manhã estive em duas sessões na Escola Miguel Torga . Os alunos de 8º ano “presentearam-me” com leitura de excertos dos livros Magnetismo Terrestre e Breve História da Química, os de 7º ano encenaram de forma interessante uma adaptação do texto “Pelo sistema solar vamos todos viajar”
No fim da sessão esperava-ma uma surpresa. Um jovem que entrou na peça O Musical da Química (baseada na Breve História da Química) e que foi levada à cena em Junho de 2011, no Rivoli do Porto, é agora aluno da escola. Contou-nos alguns episódios interessantes relacionados com a apresentação da peça
Almoçámos muitíssimo bem na cantina da escola onde, segundo me informaram, as refeições têm sempre muita qualidade.
À tarde fui para duas escolas do 1º ciclo (Paulo Quintela e Campo). Na primeira as crianças representaram, com muita graça, o texto “era uma vez um ecoponto” de Era uma vez ciência e poesia no reino da fantasia e na segunda leram alguns poemas de Ciência para meninos em poemas pequeninos. Nesta escola estava desenhado na chão um jogo da glória que tinha por base o mesmo livro.
Quando acabei as sessões fui até à Praça da Sé. Fui cumprimentar o Sr. Ricardo que, já com uma idade bastante avançada, continua a usar a sua máquina fotográfica.
Mostrei-lhe uma fotografia de entre as muitas que me tirou e na qual estou com os meus pais.
Conversámos, conversámos. Também entrei na livraria RosaD´ouro, onde no meu tempo era a livraria Silva, e conversei com o dono que me dizia muito triste que Bragança está a morrer. Fecharam as salas de cinema, fecharam várias lojas, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais é pouco visitado…
Saí dali e fui mais uma vez ao referido Centro de Arte Contemporânea, onde estão duas exposições. A de Graça Morais já a tinha visto na Árvore.
À noite fui jantar a casa de uns afilhados, cuja filha de 9 anos tinha feito a minha apresentação na última escola que visitei.
No dia 15 fui visitar a Escola Emídio Garcia. Muito acarinhada por alunos e professores de entre os quais uma ex-aluna de Mestrado e duas ex-estagiárias. Uma convidou-me de imediato para jantar em sua casa. Mas regressando à Escola. Esta é a escola que há muito substituiu o meu Liceu que ao tempo era na Praça da Sé. Pois agora a escola foi intervencionada e, embora ainda não estejam concluídas as obras, de todas as escolas que tenho vista nestas minhas visitas, não conheço nenhuma tão “requintada”. Quer exterior quer interiormente é muito agradável.
Também aqui houve duas sessões . Na primeira estavam cerca de 140 alunos essencialmente de 7º ano. Os alunos mais atrás ouviam com dificuldade pois não tinha sido previsto um micro para mim. Isso gerou algum barulho de fundo pelo que a sessão não correu como eu gostaria.
A segunda sessão, já com micro e menos alunos, correu muito bem. Os alunos representaram um acto da peça e houve muitas intervenções durante o debate.
Almoço na escola (também se comeu bem) e à tarde fui para a escola Abade de Baçal, também ela intervencionada mas um pouco mais “modesta” se bem que tenha uma Biblioteca muito bonita com muita luz , embora sem qualquer sistema de cortinas ou equivalente.
O livro explorado pelos alunos foi Ciência para meninos em poemas pequeninos. Os alunos leram excertos ao som da viola tocada por um aluno.
Face aos problemas de excesso de luz da Biblioteca a sessão decorreu num corredor largo, para onde foram deslocadas cadeiras para todos os alunos (salvo erro três turmas). Mas apesar desse pequeno contratempo a sessão correu muito bem e os alunos fizeram várias intervenções
No fim das sessões fui explorar algumas das novas artérias da cidade e regressei ao Hotel onde a minha ex-estagiária e o marido me foram buscar para jantar. Foi um jantar muito agradável e informal. No final do mesmo apareceu a outra ex-estagiária e ali ficámos todos à conversa até quase à meia-noite
No dia 16, fui à Escola Augusto Moreno.
A primeira sessão decorreu com os meninos das Escolas do 1º ciclo do Agrupamento: Augusto Moreno, Toural e Artur Mirandela
Também aqui me mimaram com várias surpresas. Foram encenados, de forma muito criativa, vários do meus textos. De Ciência para meninos em poemas pequeninos foram: Poesia, Trovoada, Rio, Diversidade, Primavera. De Era uma vez…ciência e poesia no reino da fantasia foram Era uma vez o mar, Era uma vez…o vento, Era uma vez..um ecoponto
Na segunda sessão houve três intervenções com alunos correspondentes a três turmas do 3º ciclo. Uma apresentou muito bem o 1º acto de Breve História da Química, uma outra o 2º acto embora não tão bem como a primeira e uma outra apresentou um jogo com questões a responder pelos presentes que enchiam o auditório.
Entusiasmados, todos queriam responder ao mesmo tempo o que gerou muita confusão.
No fim da sessão almocei na escola e à tarde fiz, em autocarro, a viagem de Bragança até à minha aldeia.
Para além do carinho de professores, alunos e funcionários, não poderia deixar de destacar a representante da Biblioteca Municipal que, tal como já acontecera antes, me acompanhou sempre com uma disponibilidade ímpar.
Deixo imagens de alguns dos trabalhos feitos por alunos. Um deles pertence a um conjunto de vários trabalhos de uma turma sobre o texto Era uma vez um planeta . Era impossível colocá-los todos pelo que seleccionei o que considerei mais criativo. Foi uma escolha difícil pois são todos muito interessantes
Passei o fim de semana na aldeia e domingo regressei.
Segunda feira de manhã fui ao Colégio Luso Internacional do Porto (CLIP) e estive em duas sessões, uma com alunos de 7º ano e outra com alunos de 9º ano. A obra explorada foi a Breve História da Química. Os alunos, particularmente os de 7º ano, mostraram-se muito interessados.
À tarde, acompanhada pelo Grupo de Teatro da Editora, fui para Alvaiázere (perto de Tomar). Senti uma certa frustração pois os alunos, pouco empenhados, não tinham lido nem ouvido falar da obra (Breve História da Química), não sabiam quem eu era, etc…
Tive a estranha sensação de que era a escola que nos estava a fazer um favor e não o contrário…
Finalmente na terça feira fui a Alvarelhos, perto da Trofa. Na primeira sessão estive com alunos do 1º ciclo das várias escolas do Agrupamento. Eram muitos alunos mas muito participativos, estiveram muito atentos.
Na segunda sessão, para alunos do 3º ciclo, a exploração obra Breve História da Química contou com a participação do Grupo de Teatro. Mais uma vez os alunos estiveram muito bem.
De toda este “relatório” decorre que na generalidade das escolas que visito ressalta um trabalho muito empenhado dos professores com os seus alunos, de forma inter e transdisciplinar (Português, Física e Química, História, Educação Visual e Tecnológica, ...)
Sabendo que me repito, não posso deixar de referir o quanto admiro toda esta dedicação, face ao desrespeito por parta da tutela.
E a este propósito deixo-vos com uma carta aberta que provavelmente já conhecem e que podem ler aqui
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E pensar que se não houvesse professores não havia médicos, engenheiros, advogados.....
ResponderEliminarE que é preciso haver professores para que haja pedreiros, carpinteiros, jardineiros, funcionários públicos... com os quais possamos conversar de igual para igual.
A grande diferença entre as pessoas não está nem no dinheiro, nem no título, nem na posição social. Está na cultura.
Grande importância a dos ptofessores. E tão maltatados são!!!!!
Grande trabalho o seu, Regina.
Um beijo.
Sim, Graciete, tem razão. Bem hajam os professores, mas nem todos são como a Regina, que dá tudo o que tem e não tem para fazer chegar a mensagem.
ResponderEliminarParabéns!
A tua foto com os teus Pais é deliciosa.....