Ontem,
Bragança acordou coberta de neve. O belíssimo espetáculo pode ser
visto aqui
Vivi
oito anos em Bragança (ali fiz a 4ª classe e os sete anos do
Liceu). Recordo, com muita saudade, o belíssimo espetáculo da
neve. Mas recordo também o frio intenso de que não tenho
saudades…
E
de imediato me vem à mente a Balada da Neve de Augusto Gil
Em 2002, no primeiro livro que publiquei(Reflexões e Interferências) com poemas escritos ao longo de vários anos, um deles é dedicado à neve
Neve
A neve é um cristal com padrão hexagonal
De
origem molecular, tem átomos de hidrogénio
ligados
a oxigénio de uma forma regular.
Em
flocos, lembrando enxames, e com o vento a ajudar,
volteia
com ademanes antes de no chão pousar.
Transforma-se
em branco manto, e é motivo de espanto,
de
êxtase, contemplação.
É
fonte de inspiração para poetas, pintores,
para
amantes sonhadores.
Ela
é todas as cores em uma só reunidas,
mas
também é mãos doridas em gentes desprotegidas
do
frio cruel, cortante, que enregela num instante.
Cobrem-se
com velhos trapos, com jornais e com farrapos,
e
nós fechamos os olhos a todos estes escolhos.
É
cómodo ignorar. É bem mais fácil pensar
nos
cristais hexagonais e
na neve dos postais.
2002
Quando
entrei para a Faculdade, ouvia-se muita música francesa: Charles
Aznavour, Sacha
Distel ,
Yves
Montand
, Édith
Piaff, Gilbert
Bécaud
, Jacques
Brell, Adamo e tantos outros...
De Adamo deixo “Tombe la neige...
Termino
com outro poema meu, este de 2016, acompanhado De “Vento de Inverno
“ de Chopin e de uma obra de Sisley que, juntamente com muitas outras obras
podem ver aqui http://deniseludwig.blogspot.pt/2013/06/arte-em-pinturas-da-estacao-de-inverno.html
Árvores desnudas dançam, lânguidas,
nas
telas nevadas de Sisley.
Sopram
os ventos de inverno
de
Chopin.
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