No
passado dia 17, à tarde, decorreram na FAUP as provas
de doutoramento de
Domingos Loureiro. Não
pude comparecer pois, como já referi, estou a fazer uns tratamentos
no Hospital de Santo António (nada de grave, felizmente) que têm
lugar precisamente às segundas e quartas de tarde.
Quando
lhe telefonei a felicitá-lo e simultaneamente a explicar a minha
ausência, disse-me que na Faculdade poderia ver os trabalhos
apresentados, pois estariam expostos até ao dia 19.
No
dia 18 de manhã, aproveitando um tempo livre fui lá e, por sorte, encontrei-me com ele.
Deixo
alguns documentos relacionados com a dissertação bem como fotos de
dois trabalhos (acrílico sobre plexiglass, montado em estrutura de cobre), tiradas com o meu celular
revelou parte da investigação(...) no âmbito do Doutoramento(...). Trata-se de pintura sobre vidro
acrílico, em que a pintura de cariz gestual é realizada de modo
inverso à pintura tradicional, registando um acontecimento na qual a
eminência de erro é paralelamente um risco e um estímulo. É mais
uma manifestação da dependência que o artista tem e da qual não
procura a cura. Quanto ao azul, diz, que mais do que uma cor, é um
estado emocional.
Como dei conta numa mensagem neste blogue, em 2011 pude estar presente nas provas de Mestrado que concluiu com 19 valores. Cito alguns excertos dessa mensagem:
O júri referiu-se ao talento do artista, à sua generosidade e modéstia.
Contrariamente a alguns intelectuais jovens e não só, cuja petulância esconde muitas vezes uma mediocridade tangível, Domingos Loureiro oculta, por detrás da sua modéstia , um enorme talento e uma enorme generosidade.
A paisagem está muito presente em toda a sua obra, mas numa perspetiva de contemporaneidade. Entre as suas obras contam-se trabalhos notáveis em madeira, onde as árvores se tornam o objeto predileto de representação"
São de Domingos Loureiro as palavras que seguem e que podem ser lidas nesta entrevista
"O meu trabalho artístico e a investigação que realizo têm a paisagem como elemento primordial, especialmente na relação entre a experiência física da Natureza e a experiência física do acto de pintar uma memória dessa mesma Natureza. Assim ao nível da geografia, retenho um sem número de memórias das paisagens (quase) naturais do concelho, especialmente a Serra de Santa Justa e o vale do rio Ferreira, mas não posso dizer que sejam essenciais no meu trabalho.
Existe uma relação de nostalgia entre aquilo que vejo e aquilo que recordo, não conseguindo esclarecer se aquilo que estou a ver actualmente é exactamente aquilo que lá está".
A obra do Prof. Domingos é impar. Nunca vi trabalhos em madeira que me impressionassem tanto. Como pessoa é duma humildade extrema, inteligente, culto, o que os ingleses chamam "loveable". Tb o recordo com saudade. Foram dois anos no atelier Utopia. Ensinou-me muito e sobretudo cativou-me a sua classe sob uma aparência modesta e calma. Pode ser que volte um dia à Utopia. Se o fizer, será sem dúvida por causa dele.
ResponderEliminarA Utopia agora mudou de casa e "donos". Creio que é na Rua da Alegria e quem está à frente é a Leonor, nora da Teresa e do Zé. O Domingos continua a dar ali aulas, pelo menos para já.
EliminarEu também gostaria de voltara mas não tenho tempo.
Ab
Regina
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarSei que mudou mas parece-me para melhor. Tem muitas iniciativas giras e mais terra a terra. E o Professor ainda é lá professor!! O que mostra a sua classe.
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