Em em 29 de Janeiro de 1983, no Coliseu, José Afonso dava o seu último concerto
Estava hoje a ouvi-lo pela enésima vez e quando ecoaram Os Vampiros, lembrei-me de imediato de um texto que acabara de ler na NET e que deixo a seguir
“Afinal o eurogrupo é um grupo sem existência legal que tem
o maior poder para determinar as vidas dos europeus. Não presta contas a
ninguém, dado que não existe na lei; não há minutas das reuniões; e é
confidencial. Por isso nenhum cidadão sabe o que lá é dito… São decisões quase
de vida ou morte e nenhum membro tem de prestar contas a ninguém” revela Varoufakis
Na primeira entrevista após deixar o
Ministério das Finanças, Varoufakis revela que defendeu a emissão de moeda
alternativa como resposta à asfixia dos bancos, fala da “completa falta de
escrúpulos democráticos por parte dos supostos defensores da democracia na
Europa” e acusa os governos de Portugal e Espanha se serem “os mais enérgicos
inimigos do nosso governo”.
“Desde o início, esses países [os mais
endividados] deixaram bem claro que eram os mais enérgicos inimigos do nosso
governo(…). E claro que a razão era que o seu maior pesadelo era o nosso
sucesso: se conseguíssemos um acordo melhor para a Grécia, isso iria
obliterá-los politicamente, teriam de responder aos seus povos porque não
tinham negociado como nós fizemos”, responde Varoufakis na entrevista à New
Statesman.
O ambiente no Eurogrupo é um dos temas mais
tratados na entrevista e é definido assim pelo antigo ministro das Finanças
grego: “Aquilo é como uma orquestra bem afinada e Schäuble é o maestro. Tudo
segue a sua pauta”. Para Varoufakis, apenas o ministro francês sai do tom, mas
de forma “muito subtil”, parecendo que não se está a opor ao homólogo alemão.
Mas no fim, quando o Dr. Schäuble responde a definir a linha oficial, o
ministro das Finanças francês acaba sempre por aceitar”, explica.
Varoufakis explica também o episódio da sua
“expulsão” da reunião do Eurogrupo em junho. Quando chamou a atenção de
Dijsselbloem que as declarações do Eurogrupo têm de ser aprovadas por
unanimidade e que ele não pode convocar uma reunião excluindo um dos membros,
“ele disse: Tenho a certeza de que posso. Então pedi um parecer legal. Isso
criou alguma confusão. A reunião parou cinco ou dez minutos, os funcionários
falavam uns com os outros ao telefone e acabou por chegar um responsável dos
assuntos legais ao pé de mim a dizer-me isto: Bom, o Eurogrupo não tem
existência legal, não há nenhum tratado que tenha previsto este grupo”.
“Eurogrupo toma decisões quase de vida ou
morte e nenhum membro tem de prestar contas a ninguém”
“Afinal o que temos é um grupo inexistente
que tem o maior poder para determinar as vidas dos europeus. Não presta contas
a ninguém, dado que não existe na lei; não há minutas das reuniões; e é
confidencial. Por isso nenhum cidadão sabe o que lá é dito… São decisões quase
de vida ou morte e nenhum membro tem de prestar contas a ninguém”, prossegue
Varoufakis.
Quando falava nas reuniões, com argumentos
económicos preparados, “as pessoas ficavam a olhar para mim, como se não
tivesse falado (…) Bem podia estar ali a cantar o hino da Suécia que ia receber
a mesma resposta (…) Nem sequer havia mal-estar, era como se ninguém tivesse
dito nada”, revela Varoufakis.
O que mais impressionou Varoufakis nas
reuniões a que assistiu foi a “completa ausência de qualquer escrúpulo
democrático por parte dos supostos defensores da democracia”. O ex-ministro dá
um exemplo: “Ter várias figuras muito poderosas a olharem-me nos olhos e
dizerem ‘Você até tem razão no que está a dizer, mas vamos esmagar-vos à
mesma’”.
Proposta de emitir moeda paralela, tomar posse
do banco central e cortar dívida ao BCE foi a derrota que o levou a sair do
governo
Varoufakis fala também pela primeira vez da
derrota política que o levou a sair do governo. Segundo a versão do
ex-ministro, propôs ao governo um plano com três ações caso o BCE obrigasse ao
encerramento dos bancos: a emissão (ou o anúncio) de uma moeda paralela (uma
promessa de dívida conhecida como IOU), o corte na dívida detida pelo BCE desde
2012 e tomar o controlo do Banco da Grécia. “Perdi por seis contra dois”, diz
Varoufakis, que voltou a insistir no plano na noite da vitória do OXI.
Mas o governo tinha outros planos, segundo
Varoufakis, que levaria a “mais concessões ao outro lado: a reunião dos líderes
partidários, com o nosso primeiro-ministro a aceitar a premissa de que o que
quer que aconteça, o que quer que o outro lado faça, nunca vamos responder de
forma desafiante. E basicamente isso significa desistir… deixa-se de negociar”.Termino com um cartoon de André Carrilho, publicado na Diário de Notícias
“Ajuda à Grécia”
Olha, regina, não acredito em nada do que o sr. Varoufakis diz. Ele e o Tsipras são os maiores inimigos do seu povo. Chamar vampiro à Alemanha é um pouco demais. É um povo inteligente, superior em muitas coisas, que já contribuiu para o bem estar dos outros países, incluindo Portugal. Faz-me lembrar a história do aluno sobredotado que é odiado pelos colegas só porque é bom.
ResponderEliminarBoas férias!
Virgínia, atrasada, atrasadíssima mas ainda vou a tempo de concordar EM ABSOLUTO com tudo o que escreveu!
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