Chamava-se Rosalina e tinha 75 anos. Trabalhou muitos anos
em casa dos meus pais.
Quando passava à minha porta, na aldeia, cumprimentava-me
sempre com o mesmo comentário. Ai que
saudades tenho do tempo em que aqui trabalhava.
Nos últimos anos
deslocava-se já com muita dificuldade.
No verão passado não a vi. Uma sobrinha informou-me que já quase não saía
de casa, devido às dificuldades de locomoção.
Decidi ir visitá-la. Estava no fim das minhas férias e fui
adiando a visita, por um ou outro motivo.
Ainda há dias tinha dito aos meu marido: quando for à Parada tenho que ir visitar
a Rosalina. Agora é tarde demais. Soube há pouco que a Rosalina morreu ontem, aos 75
anos de idade.
Ao abrir o blogue Alfândega da Fé... Noticias de cá e
de lá deparei com a
notícia.
Uma mulher de 75 anos morreu, este sábado, na sequência de "queimaduras graves" provocadas por uma queda na lareira de sua casa, em Parada, Alfândega da Fé.
Lá diz o ditado: Não deixes para amanhã o que podes fazer
hoje...
São essas pessoas que merecem a nossa atenção. Penso que sem algumas empregadas que tive durante anos de vida extremamente difícil, não me teria sido possível trabalhar como trabalhei e chegar onde cheguei. Sempre dei valor ao trabalho doméstico e procurei ser justa e agradecida, mas chego sempre à conclusão de que nunca as ajudamos suficientemente.
ResponderEliminarBjo
É triste este seu post mas, infelizmente, o que relata está hoje a acontecer com demasiada frequência.
ResponderEliminarLamento muito o que aconteceu à senhora sua amiga, mas isso não é mais que um reflexo da falta de humanidade que se instalou neste país.
Também me tem acontecido adiar certos afazeres, do que depois me venho a arrepender. Mas é a vida que nos leva a não seguir de imediato os nossos desejos e as consequências,muitas vezes, são tristes. Mas a Regina, com a sua vida tão preenchida, tem muitas razões para que isso aconteça.
O que é inconcebível é a falta de apoios de uma grande parte dos idosos deste país.
Um beijo grande, Regina.
Há muito que fazer em relação aos idosos deste país. Faz-me imensa impressão a falta de ocupação dos velhinhos, na maior parte dos lares que conheço. Em tempos, no Vivacidade houve um grupo coral e fomos atuar num Lar de idosos. Penso que não seria assim tão difícil desenvolver, com caráter sistemático, actividades que tornassem o seu dia a dia menos monótono (por vezes dá-me a sensação que estão ali só à espera da morte)
ResponderEliminarFico muito triste quando penso nestas coisas
Bjs às duas