Nevoeiro, de Fernando Pessoa (Mensagem para Passos Coelho)
É este o título de mais uma mensagem ao PM, colocada por
Deana Barroqueiro
Depois da mensagem do primeiro ministro a anunciar medidas
que vão criar mais pobreza para os velhos e os trabalhadores e mais riqueza
para os ricos e intocáveis, deixo-vos esta outra Mensagem premonitória de um
poeta desassossegado, na voz de Gal Costa.
Imersos num país de Nevoeiro de que nem o sol glorioso logra libertar-nos, assistimos impotentes à nossa destruição, levada a cabo por governantes incompetentes que juraram proteger-nos. Onde está a prometida equidade, que me faria aceitar os sacrifícios insuportáveis que nos pedem, quando vejo que os que mais podiam contribuir para a crise, são os que menos pagam e mais recebem, graças a um rol de medidas de excepção que lhes são oferecidas?
Estou a atingir o ponto de saturação, com esta política de extorsão, desigualdade de sacrifícios e de falta de horizontes. Estão a destruir o tecido social do país, borrifando-se para a democracia e os direitos do indivíduo. Não foram tanto os gastos das pessoas, mas as más políticas, a corrupção, jogos de influências e compadrios dos partidos que alternaram no Governo que puseram o país neste estado.
Portugal... é Hora!
O poema, na voz de Gal Costa
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer ―
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro…
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!
Fernando Pessoa, Mensagem
Muito bom!
ResponderEliminarBjo