Nos
dias 2,9,16 e 23 de janeiro, a RTP passou o Documentário
2077- 10
s para o futuro ,
num total de 4 programas que podem ser
vistos aqui ( http://media.rtp.pt/2077/).
Entre
os vários intervenientes no programa contam-se António Guterres,
Sobrinho Simões e o cientista e grande divulgador científico,
Michio Kaku
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Michio_Kaku),
Creio
que a 1ª vez que tomei contacto com o cientista/divulgador, foi ao
ler o livro “Para além de Einstein”, edição de 1989.
Michio Kaku é um defensor da existência dos múltiplos universos (https://www.youtube.com/watch?v=rootzZkHa0k),
Uma pequena entrevista
pode ser vista aqui ( https://www.youtube.com/watch?v=2XpJ2ujf6-U.).
Para além disso podemos ler algumas ideias sobre o
cosmos em https://novaconscincia.wordpress.com/2017/10/05/cientistas-da-nova-era-michio-kaku-teoria-das-cordas/
Ainda
a propósito dos multiuniversos e da teoria das cordas pode
ler-se um artigo muito interessante de Carlos
Fiolhais, publicado em 2012, na Gazeta de Física e
do qual reproduzo um
excerto https://www.spf.pt/magazines/GFIS/109/article/858/pdf
O
físico de cordas Brian Greene, da Universidade de Columbia e autor
de “O Universo Elegante”, comparou, num recente artigo publicado
na Newsweek, a situação actual dos físicos à de Newton, sentado
de baixo da sua macieira. Suponhamos que ele observou a queda das
maçãs e concluiu que certas maçãs, as que viu, caem e outras, as
que não viu, sobem ao céu (onde estão há muito tempo).
Analogamente, não veríamos os outros Universos por estarem para lá
das nossas possibilidades da visão. Embora improvável, há, porém,
a hipótese de o nosso Universo colidir com outros universos do vasto
Multiverso, resultando daí algum sinal observável, como por exemplo
alterações na radiação cósmica de fundo. Mas nada disso se viu
até agora. As ideias das muitas teorias de cordas e dos múltiplos
universos poderão ser mais metafísica do que física, tal como a
teoria das maçãs que sobem ao céu.
A dificuldade em imaginarmos um Universo com mais dimensões, para além das quatro que conhecemos (3 espaciais e uma temporal), pode ser entendida através deste pequeno vídeo “Planolândia”https://www.youtube.com/watch?v=EHXQPu_MOwA
Tal
como o Universo, também a pessoa humana é multidimensional.
Regina
Migliori, consultora em Cultura de Paz da
UNESCO, refere (http://www.migliori.com.br/artigos_folha.asp?id=8)
O
ser humano é formado por um conjunto de dimensões: orgânica,
biológica, mental, emocional, intelectual, cultural, social,
planetária e espiritual. Nas últimas décadas, por exemplo,
negligenciamos a nossa dimensão planetária e não nos demos conta
dos impactos de nossas ações sobre o meio ambiente. Embora fosse
real, a perspectiva planetária não era percebida. A novidade não é
o que está acontecendo, mas a forma como a gente percebe que está
acontecendo.
Por
sua vez, Ana Salles em
( http://www.coppead.ufrj.br/upload/publicacoes/Ana_Salles.pdf) considera
que:
A
lógica do mercado reduz tudo a uma só dimensão provocando uma
distorsão lenta e gradual nos conceitos e consequentemente na
perceção das pessoas que passam a buscar a felicidade e a
satisfação em conquistas materiais
O “ser” foi dominado pelo “ter”, entretanto não basta apenas “ter”, é preciso parecer, mostrar, ter o famoso “status”. ( http://moz-artigos.blogspot.pt/2013/09/ter-ou-ser-qual-vale-mais.html)
A
propósito desta última reflexão permitam-me que conte um episódio
bem revelador desta conceção:
Há
cerca de dois anos, quando chegava à minha aldeia e estando o meu
marido a meter o carro na garagem ( um modesto Honda Jazz com vários
anos), passa uma senhora e comenta com ar espantado:
-
Ah, “inda num tem um mercedes? Agora, cá no povo, já muita gente
tem...
Mas
regresso à nossa dimensão planetária.
Regina Migliori (http://www.migliori.com.br/artigos_folha.asp?id=8) escreve:
Mudou
a percepção do ser humano a respeito de si mesmo. Essas múltiplas
dimensões sempre existiram, sempre praticamos todas elas, mas não
percebíamos o que estava acontecendo e não nos sentíamos
responsáveis pelos impactos provocados. ”
Um exemplo paradigmático do desrespeito por essa dimensão planetária vem-nos do Presidente do país mais poderoso do mundo, para quem nada mais importa para além do ter e do poder, indo ao ponto de considerar que o aquecimento global é um mito...
A esta altura poderá perguntar-se;
-
Que tem isto tudo a ver com as mochilas dos estudantes?
O
excesso de peso das mochilas escolares contribui para a ocorrência
de problemas de saúde de crianças e jovens, designadamente dores
nas costas, alterações na marcha e postura deficiente, conforme
conclusões de diversos estudos, designadamente da OMS.
Entre
os vários fatores que condicionam o peso das mochilas, está o peso
dos manuais escolares.
Para
cada disciplina, o aluno tem, genericamente, mais que um livro ( o
manual propriamente dito, o manual de atividades, os frisos
históricos….) quase todos profusamente ilustrados, muitas vezes
com repetição de exercícios levada à exaustão, informação
irrelevante, etc, etc..
E
porquê toda esta profusão de papel?
Quem
é ou foi professor conhece bem a “competição” entre editoras
quando da escolha dos manuais escolares. E essa competição gera
toda esta multiplicidade de recursos (?).
E
assim, a preocupação com a saúde dos jovens é relegada para 2º
plano.
Mas há mais, nesta luta pelo lucro. Os professores são aliciados por uma parafernália de “livros de apoio” para a docência da respetiva disciplina.
Há
dias, comentando a mensagem A
capacitação dos professores para tomarem decisões,
da autoria de Helena Damião,
postada aqui,( ( http://dererummundi.blogspot.pt/2018/02/a-capacitacao-dos-professores-para.html#comment-form) escrevi:
....a propósito de umas dúvidas que um dos meus netos apresentava
em Ciências Naturais, consultei o manual e vários
complementos de apoio ao professor. Fiquei horrorizada...
Os
professores são tão incapazes que precisam que lhes apresentem:
-Planificações
a médio prazo, planos de aula, atividades de desenvolvimento, de
recuperação, estruturantes da aprendizagem, para aulas de
substituição,....num total de mais de 250 páginas?
Que
espaço resta para a criatividade do professor? E lembrei-me de
imediato de textos fantásticos de Ruben Alves, enfatizando que cada
professor deve ter "seu jeito" de ensinar.
Pergunto
ainda:
Os
professores estão de tal forma anestesiados (com toda a burocracia
que os envolve) que aceitam este "protecionismo" quase
infantilizante?