sábado, 31 de março de 2018
quinta-feira, 15 de março de 2018
Até sempre, Stephen Hawking
Confesso que o
prazer que me proporciona a física quando as coisas correm bem é muito superior
ao da música. Mas isso só ocorre
muito poucas vezes numa carreira profissional, ao
passo que se pode ouvir um disco sempre que se queira.
Isto
disse Stephen Hawking em 1992, numa
entrevista para o programa
de rádio da BBC “Discos da
Ilha Deserta” e de que pode ser lido aqui
um excerto
(http://archivo.e-consulta.com/blogs/consultario/la-musica-de-stephen-hawking/)
Hawking, que nasceu a 8 de Janeiro de 1942, faleceu ontem, dia 13 de março, aos 76 anos.
A morte foi comunicada à imprensa inglesa pela família. "Estamos profundamente tristes pela morte do nosso pai hoje", disseram os filhos Lucy, Robert e Tim. "Era um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado viverão por muitos anos".
Hawking,
um dos mais prestigiados nomes da ciência, revolucionou os estudos
sobre os buracos negros, nunca deixando de se indagar sobre a origem
do Universo. Excelente divulgador, explicou o tema ao público em
geral, no livro "Uma breve história do tempo",
Mais alguns pormenores do seu percurso podem ser lidos em https://dererummundi.blogspot.pt/2018/03/stephen-hawking-1942-2018.html#comment-form
num texto do Prof. Carlos Fiolhais
Ao mesmo tempo que provocava, com humor e inteligência, o que sabíamos sobre o cosmos, desafiava os próprios limites da vida humana
num texto do Prof. Carlos Fiolhais
Ao mesmo tempo que provocava, com humor e inteligência, o que sabíamos sobre o cosmos, desafiava os próprios limites da vida humana
Aos
21 anos foi-lhe diagnosticada esclerose lateral amiotrófica
(também conhecida como a doença de Lou Gehrig) e um tempo de vida
máximo de três anos. A doença veio a afectá-lo gradualmente, ao
ponto de apenas conseguir mexer pouco um dedo e piscar os olhos, mas
o físico fintou o diagnóstico. Com a ajuda de uma cadeira de rodas
e de um sintetizador de voz, ultrapassou em quase cinco décadas o
tempo de vida previsto,
sem nunca prescindir de participar na comunidade científica.
Em
2007 participou num voo para "sentir" a gravidade zero que
pode ser visto aqui
Em
2014, a sua história de vida foi contada no filme "A
teoria de tudo", que
poderá ser visto aqui
O
papel foi interpretado por Eddie
Redmayne que comentou
http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-138669/)
http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-138669/)
"Perdemos
uma mente verdadeiramente bonita, um cientista surpreendente e o
homem mais engraçado queeu já tive o prazer de conhecer. Meu amor e
meus pensamentos estão com a sua família extraordinária".
Cum
uma personalidade tão fascinante, não é de estranhar que “aceitasse
figurar” em filmes ao lado de Homer Simpson
e
em Star Trek TNG, Season 6
O Prof https://dererummundi.blogspot.pt/2018/03/stephen-hawking-1942-2018.html#comment-form
Termino
com a referência a uma entrevista, com que comecei esta mensagem. Ao
longo da mesma, Hawking foi revelando algumas das suas preferências
musicais. E é com algumas dessas preferências que eu presto uma
modestíssima homenagem a um ser humano excecional.
Até
sempre Stephen Hawking
Gloria,
de Poulenc
Non,
je ne regrette rien, Edith Piaf
Quarteto de cordas, opus 132 de Beethoven.
Réquiem de
Mozart.
Please
Please Me Beatles
Nessum
Norma de Tarando de Puccini
sexta-feira, 2 de março de 2018
We are the world
Todos
nos lembramos de "We
Are The World"
, canção idealizada e composta por Michael Jackson e Lionel Richie,
gravada em 28 de janeiro de 1985 por 45 dos maiores nomes da música
norte-americana, num
projeto que
teve
como objetivo angariar
fundos para o combate à fome no continente africano ...
A África é um continente grande e cheio de problemas.
Como
todos sabemos, até
metade do século 15 os africanos eram livres. Continente
rico em recursos, ficou refém da ganância dos europeus, logo que
ali chegaram. Homens,
mulheres e crianças eram obrigados a deixar as tribos e entrar nos
navios negreiros, onde eram transportados como carga. Ficavam
acorrentados no porão, sem condições de higiene e pouca comida.
Muitos ficavam doentes e morriam na viagem. Quando chegavam ao
destino,
eram vendidos de acordo com suas condições físicas. As famílias
eram separadas. Quem desobedecia era castigado e podia até morrer.
A
escravatura, que
foi
uma fonte de riqueza para
os europeus,
era plenamente conhecida e aceite pela sociedade da
época.
No século XVIII surgiram os movimentos anti-esclavagistas. Em 1869, o governo português, liderado pelo Marquês de Sá da Bandeira, aboliu a escravatura em todo o território português (já antes o Marquês e Pombal a tinha abolido mas só para Portugal continental)
No século XVIII surgiram os movimentos anti-esclavagistas. Em 1869, o governo português, liderado pelo Marquês de Sá da Bandeira, aboliu a escravatura em todo o território português (já antes o Marquês e Pombal a tinha abolido mas só para Portugal continental)
Em
1885, teve lugar a Conferência de Berlim, em que participaram
Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha
.
O
continente
africano
foi
praticamente retalhado e
dividido pelos
vários países, embora de forma desigual
No
início do século XX começaram
a surgir
grupos e movimentos que lutavam pela independência.
A Segunda Guerra Mundial, com o enfraquecimento económico
e político de grande parte dos países europeus, especialmente
aqueles que detinham colónias
em
África, levou
a que,
aos poucos, fossem
perdendo
o controle sobre os territórios de sua administração. As
lutas
pela independência intensificaram-se
na década de 60, como
foi o caso de Portugal
Com muito derramamento de sangue, os países foram alcançando a independência política. No entanto, a divisão dos territórios, orquestrada fundamentalmente pelos países europeus, não levou em consideração as “fronteiras” anteriormente existentes, justificadas por razões de ordem étnica, cultural e religiosa. Com a instauração das novas fronteiras algumas tribos foram separadas, grupos rivais agrupados, o que desencadeou e continua a desencadear inúmeros conflitos em distintos lugares de África. Por outro lado, se conseguiram a independência política, continuam a manter um elevado grau de dependência em relação às antigas metrópoles, nomeadamente pelo atraso em desenvolvimento tecnológico, industrial e económico.
Com muito derramamento de sangue, os países foram alcançando a independência política. No entanto, a divisão dos territórios, orquestrada fundamentalmente pelos países europeus, não levou em consideração as “fronteiras” anteriormente existentes, justificadas por razões de ordem étnica, cultural e religiosa. Com a instauração das novas fronteiras algumas tribos foram separadas, grupos rivais agrupados, o que desencadeou e continua a desencadear inúmeros conflitos em distintos lugares de África. Por outro lado, se conseguiram a independência política, continuam a manter um elevado grau de dependência em relação às antigas metrópoles, nomeadamente pelo atraso em desenvolvimento tecnológico, industrial e económico.
Da
imensa riqueza do continente, a esmagadora maioria dos africanos
pouco ou nada tem beneficiado.
Só
nas últimas décadas, a
fome, a pobreza e as doenças mataram milhões de pessoas. . Segundo
a ONU, 25%
da população passa fome.
A
Unicef refere que quase 27 milhões de pessoas não têm acesso a
água potável, em países que enfrentam ou estão em risco de fome.
(...)
falta de água, saneamento básico, práticas de higiene
inadequados e epidemias representam uma ameaça adicional a crianças
desnutridas no Iemen, no norte da Nigéria, na Somália e no Sudão
do Sul.
A
África do Sul é
um
dos
países
mais ricos
do continente africano, Apesar
disso, a cidade do Cabo enfrenta problemas gravíssimos, nomeadamente
no que respeita à escassez de água
O
problema da escassez de água, aliado ao aquecimento
global estão a tomar
proporções muito preocupantes em todo o planeta,
mas infelizmente há mentes muito tacanhas
Face à extrema gravidade do problema, a sensibilização para os problemas ambientais deve começar desde cedo.
Nesse sendo deixo dois vídeos interessantes, para todas as idades….
Deixo também um vídeo com uma música dedicada à água
Quase a terminar incluo alguns poema do meu livro Requiem pelo planeta azul (2017)
No rio cristalino que corria outrora,
as águas cantavam enquanto corriam.
Cantar e correr eram seu mister
Agora, no rio que lentamente morre,
a água não corre,
arrasta-se dolente e já não canta, chora.
Agosto.
O sumo da rubra melancia nas mãos e no rosto.
Procuro a velha fonte, água cristalina, sempre fria,
a rumorejar, qual litania.
Água imprópria para consumo.
Uma heresia conspurca o xisto centenário
Deixou de cair a chuva benfazeja.
e o deserto avança passo a passo.
Suplicante o olhar perdido da criança,
que passa fome e sede sem entender porquê.
Vazio o olhar do velho sem esperança
que não implora mais, pois já não crê.
A sombra do velho salgueiro na margem,
os pés chapinando na água, o limo escorregadio.
O rio que então me parecia imenso.
A infância, agora uma miragem.
O sussurro da água ainda se recorta no silêncio,
mas já não é cristalino o velho rio.
Algures a chuva caiu furiosamente,
destruindo tudo na passagem
Desencantada com a espécie humana,
não consegue controlar os seus impulsos.
Por vezes cai de forma insana,
tudo engolindo na voragem,
outras não cai e deixa agonizante
a terra seca e gretada que a reclama.
Água, esquife de Ofélia,
fonte de vida para o lírio,
a bromélia, a rosa, a camélia,
para as flores no altar.
Água de sangues e linfas,
de sereias e ninfas,
dos homens cativa,
cada dia mais ténue o seu respirar.
E
porque falei da África do Sul, não posso deixar de evocar, com um pequeno vídeo de 2010, Nelson Mandela, um símbolo mundial na luta pela paz e entendimento dos homens,
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