Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


domingo, 8 de novembro de 2015

Outono

Há oito dias, no dia de Todos os Santos (antigamente feriado), estava em Trás-os-Montes, para onde fui sábado e de onde regressei segunda. Aproveitando a data fui aos cemitérios (da minha aldeia, onde está a minha família, de Alfândega da Fé e da Adeganha onde estão os familiares do meu marido pelo lado paterno e materno respetivamente).
O tempo não estava famoso mas no sábado, no caminho para a Adeganha, onde ficámos, ainda entrámos num pinhal onde colhemos algumas sanchas, os cogumelos que mais apreciamos e que conhecemos bem.

 Como eram duas da tarde e ainda não tínhamos almoçado, decidimos que regressaríamos no dia seguinte para colher uma quantidade que desse para trazer para os filhos, também apreciadores.
No dia seguinte logo de manhã, após a visita ao cemitério da Adeganha, fomos ao de Alfândega e daí fomos para o da Parada.
Na véspera tínhamos combinado almoçar com a Isabel de Gouvion (escultora de quem já falei em outras mensagens). Como ela tinha acabado de regressar de França, não tinha o frigorífico recheado Nós também estávamos de fim de semana pelo que pelo que tínhamos levado apenas o essencial. Decidimos juntar o que tínhamos e fizemos um almoço simples, mas muito agradável numa das suas casas( ela está a restaurar duas casas na aldeia, uma delas pequeníssima mas extremamente interessante ), a mais pequena cujas obras já estão praticamente prontas. A imagem que segue é um dos recantos da casa maior.


Após o almoço regressámos à Adeganha. Ao passar pelo pinhal onde na véspera colhêramos as sanchas, o meu marido não quis parar porque estava lá muita gente. Foi pena, pois no dia seguinte choveu torrencialmente e não pudemos colher mais nada.
Trouxemos apenas as poucas que tínhamos colhido no sábado e que hoje ao almoço com filhos, noras e netos,  pudemos saborear mas parcamente…
Contava fazer umas boas fotos com as fantásticas cores do outono. Também nesse aspeto não tive sorte. As cores ainda não estão no seu apogeu e a chuva não ajudou. De qualquer forma deixo algumas, embora muito fracas



Acrescento a estas, uma fotos que tinha feito no Porto, das folhas do meu quintal, muito em particular das de diospireiro que têm uma cor lindíssima












No quintal da Adeganha fotografei ainda um galho do marmeleiro


Trouxe muitos marmelos mas, apesar do seu belo aspeto exterior, estavam escuros por dentro, pelo que poucos pude aproveitar. Fiz alguma marmelada e uma compota de marmelo que adoramos.

A compensar estes desaires, na viagem de regresso a Antena 2 passou um concerto que não conhecia, tal como não conhecia o compositor Edward MacDowellA obra que passou foi Woodland Sketches     https://www.youtube.com/watch?v=zFfz5K3W4dc


Do mesmo autor, e porque falámos de outono, deixo um pequenino excerto de  "No outono"https://www.youtube.com/watch?v=siTioEZWZs8


Ainda durante a viagem  ouvi, na Antena 2, a serenata para cordas  de Dvorak 
de que deixo tempo de valsa https://www.youtube.com/watch?v=fFncdeg8-js   e o quarteto de cordas opus 18, nº 4 de Beethoven  https://www.youtube.com/watch?v=E34iE6V1i1Y



Só agora arranjei algum tempo para escrever esta mensagem  que termino com a referência à sessão de poesia que teve lugar anteontem( ocorrem todas as primeiras sextas de cada mês) na Flâneur, livraria a que fiz referência na mensagem anterior. Só pude estar cerca de 1 h pois vinham dormir em minha casa os meus dois netos rapazes.

Ainda tive oportunidade de ler um poema. Escolhi a Gare de Astapovo de Mário Quintana, de que gosto muito e é com esse poema que termino esta mensagem

Poema da Gare do Astapovo
O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo,
Contra uma parede nua...
Sentou-se... e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Glória,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E então a Morte,
Ao vê-lo sozinho àquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali à sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A Morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se até não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos os que realizam os velhos sonhos da infância!

6 comentários:

  1. Regina, os teus posts quase sempre me desapontam! Porquê perguntarás. Porque sistematicamente pões toda a ação na primeira pessoa do singular ou na do plural, "eu fui" "nós fomos"! Também fazes descrições com pouco interesse para o vulgar leitor de blogues que dificilmente terá interesse saber se de seguida foste almoçar ou como dizias num da Grécia "chegamos ao hotel e formo-nos deitar"... São assuntos muito pessoais e óbvios!
    Pena que não tivesses falado de cogumelos, talvez até do perigo que podem esconder, já que no nosso Trás-os-Montes é raro que um "não manjar" leve alguém ao hospital ou pior do que isso!
    O blog, a meu ver também, ganharia se não misturasses vários assuntos vídeos, poesia... Pois isso torna extraordinariamente longos e portanto menos apetecíveis de ler até ao fim!
    Desculpa a crítica mas é uma deformação profissional de que ainda não me libertei apesar dos 10 anos que lá vão! Sempre fui muito exigente quanto aos textos que os meus alunos escreviam!

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    1. Dalma
      Após escrever o primeiro comentário(ver abaixo), reparei que me tinha esquecido de responder à crítica sobre os cogumelos. Como te disse em respota a um comentário teu em outra mensagem,grande parte dos blogues meus favoritos têm a ver com ciência. No Blogue Ciência com todos, foi colocada há dias uma mensagem com referências interessantes aos cogumelos que provavelmente gostarás de ler.
      Regina

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  2. Dalma
    Agradeço a tua sinceridade e respeito a tua opinião .No que respeita a viagens para mim funciona como um diário que gurado de todas as viagens. Ninguém é forçado a ler o meu blogue
    De qualquer modo, alguns dos meus leitores fazem comentários por mail. Deixo aqui alguns desses comentários em relação às mensagens sobre a Grécia.
    Hola Regina, aunque no entiendo muy bien el portugués me ha resultado muy interesante todo lo que has escrito sobre el viaje.

    Obrigada por partilhares as fotos, a musica e a descrição da vossa viagem pela Grécia,.....fiquei cheia de vontade de partir e fazer o mesmo percurso.

    Estou embasbacado. Não conhecia o teu Blog. Sem palavras. Fantástico.Vais em muitas frentes, ....

    Adorei, Regina! Revivi parte do que já conheço, e foi bom. Obrigada pela partilha.
    Quanto à exigência com os alunos que já mais que uma vez a referiste mas podes crer que não foste a única
    Abraço
    Regina

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  3. Já tinha escrito um post e desapareceu, mas volto a escrever.
    Gosto da escrita na 1ª pessoa nos blogues, pois são mais íntimos e personalizados. Crítica política ou mesmo literária, textos científicos ou enciclopédicos abundam na net. Algo escrito por nós, sobre as nossas experiências e sentires é sempre diferente. Com fotos tornam-se ainda mais interessantes. Demasiada informação pode cansar, sem dúvida , mas cada um lê aquilo que quer, nem sempre leio tudo ou oiço toda a música, até porque a conheço. Compreendo que gostes de partilhar as tuas viagens e aquilo que te entusiasma, trabalhos com alunos, arte, poesia , etc.
    O blogue é um diário, onde registamos as nossas impressões quotidianas.

    Continua.

    Um beijo.

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    1. Obrigada Virgínia. Não é a crítica que me incomoda pois até a agradeço; a crítca faz-nos refletir e necessariamente crescer. O que acho dispensável é uma certa agressividade gratuita(não é o teu caso...)
      Ab
      Regina

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    2. Espero que não tenhas tomado as minhas observações como "agressivas e gratuitas", nada disso! Tal como a Virgínia refere, os teus posts são demasiado longos e diversos e daí também eu raramente conseguir lê-los até ao fim, daí a minha observação. Aliás tu própria dizes que "a crítica faz refletir e crescer", além disso, como ela diz, e bem, só os lê quem quer...

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