Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


domingo, 21 de setembro de 2014

Por terras do Oriente -6


No dia 23 de Agosto, logo pela manhã, deixámos Hangzhou com destino a  Xangai. No caminho fomos visitar Zhujiajiao, por vezes chamada a Veneza da China, uma cidade flutuante com mais de 1700 anos de história, um deleite para o olhar.

Nos percursos de autocarro, Graça de Abreu falava da China, lia partes do seu diário, fazia citações. Eu gostava mas havia companheiros de viagem que não. Nas citações usava muitas vezes poetas chineses entre eles  Han Shan   e Li Bai de quem traduziu um livro  "poemas de Li Bai", prémio nacional de tradução 1991. Encontrei na NET poemas destes autores e é com um poema de cada autor  que inicio a descrição da passagem por Zhujiajiao

Poema de Han Shan

Vós olhais as flores no meio das folhas:
Quanto tempo de bom podem elas ter?

Hoje temem que alguém as colha
Amanhã aguardam que alguém as varra

Cativantes os entusiasmos do coração
Após vários anos envelhecem

Comparado com o mundo das flores
O fulgor do vermelho como o conservar?


Poema de Li Bai

Ante el monte Ching-t´ing  

Pájaros que se pierden en la altura.
Pasa una nube, quieta, a la deriva.
Solos y frente a frente, el monte y yo.
No nos hemos cansado de mirarnos

Sei que os entusiasmos do coração envelhecem com o tempo e também não me cansei de mirar a cidade.
Percorremos algumas ruas  a pé e alguns canais num barco (a gôndola de Zhujiajiao).
Pudemos ver exemplos bem conservados das dinastias  Ming e Qing em habitações, em pontes e em ruas.







Após a visita retomámos a viagem de autocarro até Xangai.

Xangai localizada nas margens do rio Huangpu (afluente do enorme Yantzé) é a maior cidade da República Popular da China e uma das maiores áreas metropolitanas do mundo, com mais de 20 milhões de habitantes(...).

O seu desenvolvimento mercantil e financeiro internacional no século XIX iniciou-se quando, no fim da Guerras do Ópio (Tratado de Nanquim, 1842), teve de se abrir ao comércio e tráfico de Ópio com os países ocidentais. Em breve as forças britânicas adquiriram o monopólio de metade do comércio externo da China, atingindo um grande desenvolvimento urbano e demográfico.Antes da Segunda Guerra Mundial, era o maior centro comercial do Extremo Oriente, com 4 300 630 habitantes, e constituía uma parte chinesa e outra europeia, gozando esta do direito de extraterritorialidade, com um regime jurídico próprio.
(...)mesmo durante os tempos mais tumultuosos da Revolução Cultural promovida pelo Partido Comunista, Xangai foi capaz de manter a alta produtividade da sua economia e a estabilidade social relativa


Assim se transformou Xangai, com carácter efectivo, numa colónia cosmopolita, em cuja administração intervinham as potências signatárias do Tratado, por intermédio dos seus representantes consulares. Esta posição especial permitiu-lhe observar a neutralidade durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa de 1894-1895 e a revolta dos boxers de 1900. 

A cidade divide-se em duas zonas, a oeste do rio Huangpu, Puxi e a leste do rio, Pudong (creio que Xi e Dong significam os pontos cardeias W e E e  Pu significa porto).
Puxi permanece como centro  cultural, comercial e de lazer. Pudong é essencialmente a zona financeira repleta de edifícios muito modernos. Ali se encontra o 2º arranha-céus mais alto do mundo
Ao chegar à cidade dirigimo-nos ao hotel onde jantámos.
O Hotel estava extremamente bem situado em Puxi, junto à Nanjing Road, a principal avenida comercial da cidade, uma avenida pedonal. Antes de jantar ainda fomos passear um pouco pela avenida e seguimos a pé até junto do rio para ver Pudong iluminado


Na  Nanjing Road



Pudong vista de Puxi (ao fim do dia)
O arranha céus mais à direita, Torre de Xangai,  é o segundo mais alto do mundo (não parece maior que os outros só  porque está mais atrás)

Na manhã do dia 24 fomos visitar o Museu de Xangai, em Puxi. O museu tem um corpo inferior de secção quadrada que simboliza a terra e um corpo superior, de secção circular que simboliza o sol

Ali  lamentei não ter 70 anos pois não teria que perder muito tempo numa enorme fila para entrar. Em consequência disso vi o Museu muito a correr e ficaram por ver várias salas
Deixo  imagens de algumas das salas: mobiliário, trajes das diversas etnias, objetos de uso cotidiano,
cerâmicas.





Ainda tivemos oportunidade de fazer algo que não estava no programa. Visitar em Puxi, algumas ruas da velha Xangai .



Depois de almoço fomos visitar Pudong passando por um dos túneis.Para ir dum ao outro lado da cidade podem usar-se  túneis subterrâneos, cinco grandes pontes  e uma linha de metro.




Esta imagem dá bem ideia da modernidade de Pudong. Para além dos prédios ode ver-se um pouco da via circular elevada, para peões, 

De Pudong tirámos uma foto de Puxi. Foi ali naquela zona que na véspera à  noite fomos ver Pudong.

.Puxi visto de Pudong

No final do dia dirigimo-nos à estação de comboios( mais parece um terminal de um aeroporto) e  às 20 h  partimos para Pequim numa viagem cuja duração prevista era de 12h


As fotos desta mensagem são todas da autoria de Fernando Gouveia, arquiteto

2 comentários:

  1. Fico entusiasmada com as tuas fotos e descrições porque sei que nunca irei à China, mesmo com 70 anos não nos levam de padiola a visitar museus e eu já não me aguento nas pernas ( ipsis verbis). Nem sequer consigo estar numa fila de supermercado muito tempo, de modo que evito lá ir.
    Assim tenho uma visita guiada por ti aqui mesmo e vejo com os meus próprios olhos as maravilhas desse país tão remoto e antigo. Obrigada.

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  2. Acompanhada por uma filha ia no nosso grupo uma senhora da nossa idade, que andava de bengala e levava sempre uma cadeira de rodas para os troços mais difíceis...Por isso tu, que felizmente ainda andas pelo teu pé poderias ir. Mas reconheço que é uma viagem muito cansativa. Eu não sou a guia ideal, mas tento partilhar o que vi...
    Gd Bj
    Regina

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