Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Exemplos de vida


Já por várias vezes dediquei este blogue a figuras que marcaram a humanidade  de forma indelével.
Nesta mensagem vou referir-me a  mais algumas
Começo com o venezuelano  Jacinto Convit, falecido há pouco tempo com 100 anos de idade e que dedicou toda a sua vida à medicina social .

A segunda figura escolhida para o post de hoje foi  a polaca Irena Sendler

“Last, but not least” , o português  Aristides Sousa Mendes
     

Personalidades como estas dão uma outra dimensão à vida.

E saudando este outra dimensão da vida   termino com Beethoven,  Schiller e Kandinsky e um óleo (L'autre dimension) de Edith Cohen Gewerc, uma artista de que gosto muito





segunda-feira, 19 de maio de 2014

Uma tarde diferente

Como anunciei na última mensagem, ontem fui à Casa Museu Marta Ortigão Sampaio
Já anteriormente tinha visitado o Museu mas deste vez fui essencialmente pelo programa do evento que a Vivacidade promoveu para celebrar o Dia dos Museus.
O evento teve início na sala ultimamente destinada a Biblioteca. Adelaide Pereira começou por apresentar a mesa, onde a ladeavam Mónica Baldaque e Pedro Freire de Almeida que fez uma intervenção muito interessante subordinada ao tema  Casa-museu.Cultura urbana.
 Seguiu-se uma intervenção do Grupo de Teatro Ilha Mágica com leituras de poemas de Sebastião da Gama, Mário Cesariny, Adília Lopes e Agustina Bessa Luís. Foi também lido o texto “Dias contados “de Mónica Baldaque (filha de Agustina).
Dias contados 
Nasci na província, à meia-noite de um domingo de 12 para 13 de maio. Descia a procissão das velas pela quinta dos meus avós, e a lua em quarto-crescente brilhava no céu azul-limpo.
      Nasci num dos quartos do mirante, sobre o magnífico vale da Régua. Magnífico, quando tudo eram quintas e caminhos estreitos entre muros e oliveiras; e as vidas eram secretas; e o canto compassado dos cavadores me inquietava, como se preparassem um ritual de morte.
     Não era uma vila, nem uma aldeia, mas um lugar: lugar de Godim, antiquíssimo, referido em pergaminhos do tempo de Egas Moniz.
Aquela casa fora  dos meus bisavós, e passara para minha avó e a sua irmã, espanholas de Zamora.
     Quando eu nasci, alguém me tirou o coração e o escondeu na casa. Por isso ele nunca deixou de bater lá, e continua, para sempre.
    A família do Douro era uma gente estranha. Liam muito, escreviam bem, tinham uma tendência para o teatro, e um temperamento feroz; para eles, nada era verdadeiramente importante, nem viver nem morrer, nem ser isto ou aquilo, e geriam com desprendimento as fortunas que vinham e iam.
    Eles representavam o mundo fantástico para uma criança. Eu era feliz, porque não me exigiam mais do que aquilo que era natural eu dar, o que significava que vivia ali num estado de liberdade e de confiança nos adultos.
Nas tardes de muito calor, eu lia na sala às escuras as histórias as histórias da Elena Fortún, em espanhol: os dias de Célia e as suas primitas que viviam em Madrid e passavam férias em Santander. Representavam já uma época um pouco antiquada, mas não deixava de me tocar pelas ligações familiares que se esboçavam, divertidas, complexas, agitadas.
 Depois de um mês de férias no Douro eu chegava a casa dos meus pais, no Porto, com os deveres por fazer, má pronúncia, feridas no corpo, porque me alimentava de batatas fritas e ovos estrelados. Sempre detestei que chamassem por mim para ir para a mesa!
    Com os meus pais, as regras mudavam: era a escola, o estudo, as obrigações de cumprir, de me formar no conhecimento da vida e das pessoas. Exigiam que eu estivesse atenta e soubesse exprimir-me.
Chorava, quando vinha do Douro, mas enfrentava com coragem e determinação este outro desafio a vencer.
    Mas o tempo da primeira infância, passei-o em Coimbra. Meu pai concluía Direito, minha mãe escrevia e tratava de mim e da casa. Vivíamos numa pequena casa dentro de um jardim, próxima da dos meus avós paternos. Meu avô era militar, e todos os dias o impedido lhe trazia o cavalo a casa, para ele seguir para o quartel. Levava-me a passear a pé até à Quinta das Lágrimas ou ao Portugal dos Pequeninos, o que significava andar 5 quilómetros por dia! Muito pequena, já olhava as plantas com imensa delicadeza e ternura. Chegava a casa sempre com um raminho de alecrim.
     Mudámos entretanto para o Porto. Gostei de fazer a primária na escola pública de Cedofeita.
Lembro-me  de todas as amigas que lá tive, da rua que percorria, das lojas, do recreio da escola com duas enormes tílias que o ensombravam. E de escrever no caderno - 1952.
    Depois o Liceu Michaelis, a que não consegui adaptar-me. Não gostava do edifício, nem dos corredores, nem dos recreios. Tudo aquilo era inóspito e hospitalar. O meu rendimento era mau. Mudaram-me  para o Colégio da Paz, das freiras Doroteias.
    Sempre me enfastiaram as aulas. Bom, era o tempo de férias no Douro! Lá, se moldou a minha alma provinciana e resistente.
    Nunca tive medo de nada. Nem do escuro, nem dos mortos, nem dos fantasmas, nem dos ladrões. Ficava sempre do lado dos personagens mais temíveis, não para os catequizar e trazer para o lado da luz e do bem, mas pelo prazer de os desmontar.
    A gente do Paço, de Vila Meã, da parte do meu avó materno, era uma gente valente e aventureira. E a aventura não implica forçosamente partir para o Brasil, ou outros lugares distantes. Pode ser-se aventureiro no espaço limitado do vale onde se nasceu, viveu e morreu, sem de lá ter saído.
    No fim do verão, fazia a viagem de comboio, com a minha avó, da Régua até Vila Meã. Ia receber rendas, acertar contas, ouvir queixas, despedir uns, admitir outros.
   A minha tia Amélia (a Sibila), recebia-me à porta da cozinha, sem um sorriso nem um beijo. Punha-me um avental comprido, e um grosso cordão de ouro ao pescoço. "Aqui todos trabalham" - dizia-me.
    Eu aceitava aquela extravagância e procurava não me sair mal. Trocava o babeiro de fustão e bordado inglês branco que usava no Douro pelo avental de chita...Aprendi a fiar linho e a dar de comer aos porcos, e ouvia em silêncio as conversas cheias de conflitos, dos adultos, à luz da candeia de azeite.
   Só muito mais tarde percebi o sentido do avental e do cordão de ouro. Era como quem me dizia: - tu és aqui rainha, podes usar o ouro, mas trabalhas com os outros todos.
   Pouco convivi com essas tias, irmãs do meu avó materno, mas esse ensinamento ficou-me para toda a vida. E a suspeita, ainda, de que elas consideravam o amor  coisa de velhos e ociosos!
   Com meu avô, já convivi mais. Não confiava nele. Vivia ao contrário de todos nós, e transtornava a vida da casa. Almoçava às três da tarde, saía às cinco, e só voltava de madrugada. O avô jogava e fazia negócios. No jogo ganhava, nos negócios perdia. Lia romances de capa - e - espada que lhe mandavam em caixotes, da livraria.
    Já muito doente, pediu que lhe pendurassem no quarto, em frente à cama, o relógio da sala de jantar. Queria saber a que horas ia morrer, o que nos pareceu bem.
    1962 - o grande ano de todas as mudanças.
Fomos viver para Esposende. Uma casa isolada num pinhal, numa terra de pescadores, deserta no inverno. A mãe fazia uma vida retirada, e eu não podia ser mais feliz naquela terra sem perigos, onde passeava sozinha com o cão, à beira-mar, na praia deserta.
     Minha mãe dava-me para ler, Dickens, e mandava-me ir ver os filmes do Bergman. Meu pai desenhava, e ensinava-me a desenhar.
     Aí, comecei a escrever. A escrever cartas intermináveis, que eram como diários de bordo.
    Ainda estive um ano interna no colégio das Doroteias, na Póvoa, onde andara minha mãe. Mas tendo seguido a área de Letras, que no colégio não havia, fiquei dois anos em casa a estudar com um professor particular que lá ia todos os dias dar-me aulas. Um privilégio fantástico! Era dona do meu tempo.
    Entrei em História na Faculdade de Letras do Porto. Fiz uma única cadeira - Paleografia. A mais interessante, porque me obrigava a decifrar, e não a decorar. Mudei para Belas-Artes. Frequentei dois anos a Escola do Porto, e, zangada, pedi a transferência para Lisboa.  Fui viver para casa de uma senhora judia alemã, mesmo nas traseiras da sinagoga. Ela fazia-me seguir a sua alimentação Kasher, e contava-me episódios terríveis da guerra, com um sentimento de uma dor apagada e adormecida.
    Não gostei de Lisboa. Demasiada luz, demasiada gente, demasiadas ruas perpendiculares, demasiado rio, demasiado pouco do que eu realmente precisava a para seguir o meu destino. Precisava do nevoeiro a entrar-me pela casa dentro, dos negros e azuis da paisagem, da pronúncia de corte castelhana, da linha do Douro, e de tudo o que eu já tinha aprendido e não podia esquecer. É  importante que cada um conheça bem os limites do seu mundo, para que ele possa crescer como deve, de dentro para fora, e nunca de fora para dentro, inchando-nos.
     Os meus pais compraram a casa do Gólgota, sobre o rio, e aí se fixaram. Foi uma casa de ingleses, que mantém a mesma traça e a mesma atmosfera. Já pouco lá vivi, porque casei entretanto. Mas sinto ser essa, hoje, a casa de família.
    Semeou sécias no jardim, e morreu lá, minha avó materna; e as coisas todas foram tomando conta do seu lugar.
    A casa do Douro foi vendida, e eu dormi lá na última noite com as minhas filhas. Demos uma volta aos quintais antes de entregarmos a chave, e tive uma pena imensa das galinhas que ficavam no galinheiro.
     Ah! Fiz uma carreira nos museus,  de que já me esqueci. Não por mágoas, mas porque isso foi a minha vida paralela que ficou para trás, esbatida. Foi uma tarefa que cumpri, mas não um destino. Esse, é só meu, não partilhável, e será o que eu deixo em testamento aos meus três filhos

Seguidamente Mónica Baldaque, como introdução à exposição que iria ser visitada posteriormente, fez uma referência aos três quadros patentes na mesma e que pintou para este museu, onde foi diretora, e para este evento. Os três quadros foram “inspirados” numa obra de Aurélia de Sousa tia de Marta Ortigão Sampaio

Seguiu-se um momento musical muito eclético, com José António (voz e viola) e Regina Raposo (violino).
Uma das obras apresentadas, há muito que a não ouvia: trata-se de uma canção de embalar, do cancioneiro popular e que a minha mãe cantava com a sua belíssima voz de soprano

As outras obras foram: 
Cantiga para quem sonha de Luís Goes 
Cantarei de Pedro Barroso
Silêncio e tanta gente  de Maria Guinot
Amigos para sempre aqui na voz de Carreras e Sara Brightman


Finalmente o grupo de teatro fez uma representação humorística com base em Romeu e Julieta a que, sinceramente, não achei grande graça.

Tudo o resto valeu a pena, nomeadamente a visita, com a presença da artista,  à exposição de jóias de Ana Fernandes, jóias modernas, sempre  lindíssimas. Só tenho uma, mas na generalidade acho-as belíssimas.


Deixo imagem de uma jóia (retirada daqui) bem como um pequeno texto sobre a obra da artista




domingo, 18 de maio de 2014

Comemorações do Dia Internacional dos Museus


Dia Internacional dos Museus é celebrado anualmente a 18 de Maio.
A celebração da data é feita desde o dia 18 de Maio de 1977, por proposta do ICOM – Conselho Internacional de Museus (organismo da UNESCO).

Cerca de 450 iniciativas gratuitas, numa centena de museus e palácios em todo o país, estão a  decorrer hoje,  domingo,


A Vivacidade, como é habitual,  associou-se ao Evento.
Um "até logo" aos que decidirem ir


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Tempo de valsa


Hoje vou falar de valsas.

Começo pela valsa nº 2 de Shostakovitch ao som da qual  "valsam" os anéis de Saturno 

Esta valsa integra a Jazz Suite No. 2 do referido compositor 


Agora uma das valsas mais conhecidas, Danúbio Azul de Johan Strauss  filho

Devo confessar que na minha visita a Viena senti alguma deceção porque imaginava a cidade mais ligada  ao Danúbio que Strauss imortalizou.

A valsa nº 15 de Brahms 

Valsa do adeus de Chopin 

Valsa do lago dos cisnes de  Tchaikovsky
  
Valsa das horas in Coppélia de Delibes   


Por fim Valsinha de Vinícius e Chico Buarque, na voz do segundo 


terça-feira, 13 de maio de 2014

Política e Cultura


A ideia de cultura foi sempre moldada pelas visões políticas de cada tempo.

E quando falamos em cultura e visão política vem-nos  à mente o reinado de D. João V , monarca seriamente

influenciado pelo iluminismo e  cujos investimentos na cultura são bem conhecidos. A título de exemplo vejamos

este vídeo sobre a Biblioteca Pombalina

Poderá objetar-se que esses investimentos surgiram essencialmente  à base da economia do ouro. Se esse

 facto é inegável, é inegável também que as opções de investimento poderiam ter sido outras, tal como poderiam

 ter sido outras as opções do atual governo que, a meu ver,  irá deixar marcas muito negativas, e eventualmente

 irreversíveis, na generalidade da governação e muito em particular nas áreas da educação e cultura

A troika fez diminuir brutalmente a despesa com a educação em Portugal, tanto no ensino básico e secundário 
como no ensino superior. Os cortes foram em muitos casos cegos, isto é, foram feitos sem atender a critérios
 de qualidade. A troika mandou cortar e o governo cortou em força rapidamente. Não se pode dizer que a 
escola pública esteja esse melhor com esse assim chamado "reajustamento"(...).

E por falar em educação, deixo imagens do Monumento de Homenagem  ao Professor e à Educação em Vila do 

Conde



Termino  propondo uma reflexão tendo por base excertos de um  texto de Concha CaballeroO dia em que acabou a crise!

Quando terminar a recessão teremos perdido 30 anos de direitos e salários…
Um dia no ano 2014 vamos acordar e vão anunciar-nos que a crise terminou. Correrão rios de tinta escrita com as nossas dores, celebrarão o fim do pesadelo, vão fazer-nos crer que o perigo passou embora nos advirtam que continua a haver sintomas de debilidade e que é necessário ser muito prudente para evitar recaídas. Conseguirão que respiremos aliviados, que celebremos o acontecimento, que dispamos a atitude critica contra os poderes e prometerão que, pouco a pouco, a tranquilidade voltará à nossas vidas.
Um dia no ano 2014, a crise terminará oficialmente  e ficaremos com cara de tolos agradecidos, darão por boas as politicas de ajuste e voltarão a dar corda ao carrossel da economia. Obviamente a crise ecológica, a crise da distribuição desigual, a crise da impossibilidade de crescimento infinito permanecerá intacta mas essa ameaça nunca foi publicada nem difundida e os que de verdade  dominam o mundo terão posto um ponto final a esta crise fraudulenta (metade realidade, metade ficção), cuja origem é difícil de decifrar mas cujos objectivos foram claros e contundentes:
Um dia no ano 2014, quando os salários tiverem descido a níveis terceiro-mundistas; quando o trabalho for tão barato que deixe de ser o factor determinante do produto; quando tiverem ajoelhado todas as profissões para que os seus saberes caibam numa folha de pagamento miserável; quando tiverem amestrado a juventude na arte de trabalhar quase de graça; quando dispuserem de uma reserva de uns milhões de pessoas desempregadas dispostas a ser polivalentes, descartáveis e maleáveis para fugir ao inferno do desespero, ENTÃO A CRISE TERÁ TERMINADO.
Um dia do ano 2014, quando os alunos chegarem às aulas e se tenha conseguido expulsar do sistema educativo 30% dos estudantes sem deixar rastro visível da façanha; quando a saúde se compre e não se ofereça; quando o estado da nossa saúde se pareça com o da nossa conta bancária; quando nos cobrarem por cada serviço, por cada direito, por cada benefício; quando as pensões forem tardias e raquíticas; quando nos convençam que necessitamos de seguros privados para garantir as nossas vidas, ENTÃO TERÁ ACABADO A CRISE.
Um dia do ano 2014, quando tiverem conseguido nivelar por baixo todos e toda a estrutura social (excepto a cúpula posta cuidadosamente a salvo em cada sector), pisemos os charcos da escassez ou sintamos o respirar do medo nas nossas costas; quando nos tivermos cansado de nos confrontarmos uns aos outros e se tenhas destruído todas as pontes de solidariedade. ENTÃO ANUNCIARÃO QUE A CRISE TERMINOU. (...)


domingo, 11 de maio de 2014

Partilhar

   
Há dias, os meus dois netos mais novos estavam a brincar e o mais velhito, que vai fazer 5 anos no Dia da Criança,  decidiu atirar com peças de madeira de um jogo. Uma delas atingiu um vidro que poderia ter quebrado. Ralhei com ele e a pequenita, que vai fazer 4 anos em Setembro, disse qualquer coisa como “é patiar”. Como é muito “senhora do seu nariz” percebi que pretendia também atirar e ralhei com ela. Começou a choramingar e o primo veio descodificar o que ela tinha dito. Queria partilhar as peças do jogo com o primo.
Dei-lhe beijinho e pedi desculpa pela má descodificação. De vez em quando lembrava-se, dava uma gargalhada e dizia:  Eu só quia patiá.
Pois eu hoje quero também partilhar convosco várias coisas, nomeadamente  uma série de vídeos que me foram enviados, sobre temas diversos. Aqui vão os endereços:

PORQUE NÃO VOU À COPA DO MUNDO

              
AS BAILARINAS DO ‘BEREZKA ENSEMBLE’

A técnica usada, o ‘passo flutuante’, é um segredo do grupo que as bailarinas guardam até da própria família.

LAURA KIVEL - O DUELO 

E continuando a partilhar....
No passado sábado fui,  com a minha amiga Ana Maria, à inauguração das exposições na zona de Miguel Bombarda. Deixo imagens de trabalhos de três artistas que não conhecia


trabalho de Leonardo Quintela (galeria AP´ARTE)




 Trabalho de Jorge Humberto Marques (galeria São Mamede)



Trabalho de JAC (na Galeria Artes)

Para dar ainda mais alguma cor à mensagem partilho imagens de algumas caixas que pintei. Eram caixas de relógios que o meu cunhado, comprador compulsivo, adquiria. Só encontrámos as caixas. Presumimos que os “amigos” terão levado os recheios.
São muito práticas para guardar adereços porque cada uma tem 10 divisórias.





Finalmente os sons de Dry your tears Afrika e Amazing Grace





sábado, 10 de maio de 2014

Escola do Bom Pastor

Ontem, a convite da colega Ângela Tavares, bibliotecária do Agrupamento de Escolas Carolina Michaëlis, visitei a Escola EB1 do Bom Pastor. Estive com alunos do 1º e do 2º ano, num total de duas sessões.
Fui  muito bem recebida por professores,  alunos e funcionários. As sessões correram bem, com alunos muito  interessados, alguns deles já com bastantes conhecimentos  face à sua idade.Colocaram muitas questões, e participaram muito ativamente. 
Entre as duas sessões  convivi um pouco  com os  professores numa salinha onde, como é habitual nas escolas do 1º ciclo, se reúnem para tomar um café que eles mesmos preparam, comer uns bolinhos ,etc

Como sempre, as sessões  foram acompanhadas de algumas atividades experimentais muito simples,  algumas das quais os alunos poderão reproduzir, se quiserem.  

No fim brindaram-me com a leitura de textos e desenhos  feitos por eles, que carinhosamente me ofereceram



 Uma das turmas organizou  textos e desenhos  numa "brochura"( imagem a seguir). 

Uma aluna leu o poema de abertura

Uma outra turma preparou uma nova surpresa. Adaptaram o poema Inventor a uma  música (creio que foi Olha a bola Manel) e cantaram  todos em conjunto

Inventor

O João é um grande trapalhão. Usa os  sapatos trocados, 
enxuga as mãos no sabão, come a sopa com o garfo e com a faca o feijão.
Um mundo  de confusão.
A pesar-lhe na sacola    tinha  um prego e um martelo em vez dos livros da escola.
Uma vez  trincou  os óculos  enquanto limpava o pão
e muniu-se dos binóculos para ver televisão.
O João não é bem um trapalhão, é um menino distraído, 
pois está sempre entretido a pensar  numa invenção.
Até o Sr. Professor, já lhe chama o inventor.
Há tempos  criou um invento  para o  chamar à atenção
sempre que em algum momento se distrai o  pensamento 
e há muito que anda a pensar  numa máquina capaz de,  na  vez dele,   estudar .
É que assim sempre sobrava mais tempo para inventar
(in Ciência para meninos em poemas pequeninos)
Este é um dos poemas que tem uma nova ilustração, a par da anterior 
(in Ciência para meninos em poemas pequeninos, Edição Porto Editora)

No final de cada sessão vi-me sempre rodeada por muitas crianças, que se mantinham na sala mesmo após o toque de saída. Uma delas fez questão de tirar uma fotografia ao meu lado. Quando me vinha embora, algumas crianças que estavam no recreio correram ao meu encontro para de novo conversarem comigo. Foi muito gratificante. 

domingo, 4 de maio de 2014

Dia da Mãe

No dia da Mãe deixo-vos com imagens da minha MÂE..
Quando andava no Liceu de Bragança, uma colega mais velha disse-me um dia: Sabes, a tua mãe é a senhora mais bonita da cidade.










Mas a par da sua beleza exterior, tinha uma enormíssima "beleza interior”. Num país mesquinho como é por vezes o nosso, a minha mãe ficava feliz com o bem estar  dos outros. Quando alguém de menos posses mandava os filhos estudar, havia sempre vozes invejosas.  Estudar para quê? Que vão apanhar amêndoa  e azeitona. Pois a minha mãe apoiava de imediato as famílias que, por vezes com muito sacrifício, decidiam dar um futuro melhor aos filhos.. Ajudava sempre que podia mas com a preocupação que traduzia através dum provérbio, ela que tantos sabia: Que a mão direita não veja o que dá a mão esquerda. 

Tive o enorme privilégio que, por certo não soube merecer, de ter por mãe esta MULHER a quem a doença de Alzheimer atingiu cruelmente aos 58 anos de idade.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

De novo peles escolas...


No passado dia 30 e na sequência da reedição, pela Porto Editora, do livro Ciência para meninos em poemas pequeninos, estive em duas escolas de Viseu (Póvoa de Abraveses e Oliveira de baixo) com alunos do 1º ciclo, num total de 4 sessões.
Os livros tinham chegado às escolas no dia anterior, ao fim da tarde, pelo que para alguns professores e alunos, o primeiro contacto com o livro foi nas referidas sessões. Duas das professoras tinham levado o livro para casa e no próprio dia, antes da sessão, tinham feito uma abordagem ligeira com os meninos.
O poema caleidoscópio tinha suscitado a curiosidade das crianças. Geralmente levo comigo um caleidoscópio, pelo que todos puderam ver (a maior parte dos alunos e algumas professoras nunca tinham visto).
Aqui fica o poema caleidoscópio bem como um site onde se ensina a construí-los.



Uma das duas professoras que tinha lido o livro, mal eu entrei comentou.
Fazia uma ideia totalmente diferente de si. Pela escrita leve, divertida, muito agradável, pensei tratar-se de uma autora muito jovem.
Depois da sessão veio falar comigo e disse: Não ficou aborrecida com a minha intervenção de há pouco? Respondi-lhe: Bem pelo contrário. Retorquiu: De espírito é mesmo muito jovem.