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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


quarta-feira, 26 de março de 2014

Dia Mundial da Água


No passado dia 22 celebrou-se o Dia Mundial da Água 
A esse propósito deixo três vídeos, uma antevisão  aterradora  e dois  "gritos" de esperança


Termino com alguns poemas do meu livro Entre margens

Águas do rio, fugindo sob o meu olhar cansado, para onde me levais meu vão cuidado? Camilo Pessanha.

No rio cristalino que corria outrora,
as águas cantavam  enquanto corriam.
O cantar era seu mister, o correr era seu destino.
Agora, no rio que lentamente morre,
a água não corre,
arrasta-se dolente e já não canta, chora.

(…)Já os rios cheios, com bramidos fundos, num dilúvio d´água vão de mar a monte! (…)Guerra Junqueiro

Aos montes que os céus rasgam,
vales profundos os fendem.
São leitos de rios escavados, fundos,
águas que bramam demandando o mar.
Nas margens, líquenes, nas fragas, escondem bisontes
que foram esculpidos  em tempos perdidos.
Bebiam das águas, galgavam os montes.

 (…) Ó banzas dos rios , gemendo descantes (…) António Nobre

Jovial, fagueiro, por vezes arrebatado, violento,
assim corria o rio, outrora, em sobressalto ou lento.
Barítono, tenor, baixo, soprano, contralto,
cantava árias de amor e de paixão.
Aprisionaram-no. Tentou lutar.
Foi impotente perante a muralha de betão.
Parado, triste, agora já não canta.
Tem um nó na garganta.





2 comentários:

  1. Muito bonitos os seus poemas e tão oportunos agora que se fala tanto em privatizar a água. Mais um crime destes desgovernos que até já querem negociar com um bem que ,incontestavelmente, a todos pertence e que é fundamental para a vida no Planeta.
    Um beijo.

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  2. Este teu poema fez-me chorar....lembrei-me do rio perto de S. João da Pesqueira, que está preso na barragem. Apesar de tudo é lindíisimo, visto do miradouro de S. Salvador do Mundo. Adoro ouvir a água a correr e no Botanico vou sempre fotografar a fontezinha , junto aos nenufares...
    Bem hajas!

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