domingo, 23 de fevereiro de 2014
Milagres
A economia nacional vive um
"milagre económico", segundo António Pires de Lima
A que milagre económico se referirá pires de Lima?
Aos despedimentos,
cortes de salários e regalias/direitos do chamado Estado
Social ?
Ao “saque” aos aposentados que se
vêem espoliados pelo Estado que se comprometera a devolver o
investimento de uma vida de trabalho?
Aos milhares
de alunos que saem das universidades porque não têm como pagar as propinas,
enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho?
Ao número de novos emigrantes que supera qualquer outra leva de emigração
em Portugal?
À eliminação
de centros de saúde, estações de
correios finanças e tribunais em terras do interior?
À situação de
muitas crianças que têm que ir à escola
nas férias para ter pequeno- almoço e almoço e cujos pais, envergonhadamente, buscam
ajuda no banco alimentar contra a fome para
matar a fome dos seus filhos?
Ou será que o milagre económico tem
a ver com:
os carros
topo de gama que despudoradamente circulam nas estradas portuguesas,
a privatização de empresas altamente lucrativas
o número de assessores, de viaturas e motoristas destinados aos políticos
os geniais administradores que usufruem
vencimentos obscenos por "conseguirem " “administrar”
simultaneamente inúmeras empresas ?
A propósito deste milagre económico português recordo o “milagre
brasileiro” de Chico Buarque que podemos ouvir aqui na voz de Miúcha
Esta canção foi composta por Julinho da Adelaide , heterónimo de Chico Buarque (como já referi em mensagem anterior, usado durante alguns tempo
para driblar a censura) e sob o qual compôs ainda Acorda amor, cuja “história” podem ler aqui e Jorge Maravilha
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
A fotografia de Sebastião Salgado
Quem não viu já a foto de Joceli Borges, que aos cinco anos foi retratada por Sebastião Salgado quando, ao lado dos pais, peregrinava pelo
interior do Paraná em busca de um lote de terra?
A foto foi capa do livro Terra que surgiu em 1997 quando o fotógrafo Sebastião Salgado, José Saramago e Chico Buarque decidiram relembrar o massacre de Eldorado dos
Carajás, em que dezanove integrantes do MST foram brutalmente assassinados pela
polícia.
As
fotos de Salgado retratam de forma realista os assentamentos e a vida dos
trabalhadores rurais. A introdução, a cargo de Saramago, é dura. Lembra as
promessas não cumpridas do governo brasileiro pela reforma agrária.
Entre as canções de Chico, duas exclusivas: Levantados do Chão( também título de um belíssimo livro de José Saramago) e Assentamento, que narra o sentimento de um migrante ao
perceber que a cidade grande “não mora” mais nele
Assentamento cuja letra deixo a seguir é, para mim, uma das canções mais bonitas de Chico
Buarque, o meu “cantautor” preferido
Quando eu morrer, que me enterrem na
beira do chapadão
contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração
beira do chapadão
contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração
Zanza daqui Zanza pra acolá
Fim de feira, periferia afora
A cidade não mora mais em mim
Francisco, Serafim
Vamos embora
Francisco, Serafim
Vamos embora
Ver o capim
Ver o baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
Ver o baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Ó Manuel, Miguilim
Vamos embora
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Ó Manuel, Miguilim
Vamos embora
Na sequência do texto anterior, dois vídeos em que Sebastião
Salgado nos narra um pouco do seu percurso de vida e cinco vídeos com uma entrevista conduzida por Jô Soares a Sebastião Salgado , José Saramago e Chico Buarque, a propósito do livro Terra
A finalizar, a voz de Chico Buarque em Vida e morte severina, citada na entrevista, a voz de Zélia Barbosa em Pau de arara e algumas
fotos de Sebastião Salgado que podem ver aqui
Meravigliatevi !
Maravilhem-se com o Universo e com a curiosidade humana que
já nos permitiu alguma exploração do mesmo (embora só uma ínfima parte...)
(Embora não saiba qual a origem do vídeo e da credibilidade do
que nele é apresentado, não resisto a colocá-lo. E lembrem-se que um “bilhão”
para os brasileiros são mil milhões para nós...)
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Breves
Os portuenses, por nascimento ou por adoção, viram a sua
cidade ser distinguida com a classificação de melhor destino turístico europeu,
2014.
Deixo um site onde poderão explorar as belezas da cidade, a voz de Rui
Veloso em Porto Sentido e um poema do meu primeiro livro
Miragem
Estou sentada no café do cais
aqui na Ribeira junto ao rio,
um passante segue pela rádio
o desafio,
e, ao meu lado, uma jovem enlevada
olha com o olhar perdido a outra margem,
enquanto um casal recorda uma
viagem.
Os demais conversam sobre tudo.
Aqui e além falares dispersos.
Aqueles ali creio que falam eslavo
e conversam com um ar muito sisudo
Na minha mesa está pousado um
cravo
e o livro que ando a ler
"Primeiros versos"
Não me apetece ler, de enamorada
que fico ao olhar
esta paisagem
mista de sonho e de realidade,
nem sei se ela existe ou se é
miragem.
Do outro lado, as caves
imponentes;
atravesso a ponte e já me encontro
em Gaia,
na vila nova que agora é cidade.
Vejo o Douro, os barcos rio acima
levam turistas e passam
indolentes,
vejo as fachadas de granito, e bem
por cima
ameaçando chuva o céu cinzento.
Um ar frio perpassa-me, é o vento
o tal a que chamam de nortada.
Regresso e inicio
uma viagem,
entro num carro eléctrico, na paragem
e
aí vou eu vagueando com o olhar,
S. Francisco, S. Pedro em
Miragaia,
a
Alfândega, Massarelos , vários
cais.
O eléctrico avança um pouco mais
e do outro lado já vejo o
Cabedelo,
o rio encontrou o Oceano, entrou
no mar.
Difusos através da bruma,
uma traineira, um navio parado,
que para entrar na barra ao largo
aguarda.
enquanto o mar se agita e
regurgita espuma.
A difusão da luz torna tudo
mais belo,
mas o meu passeio vai findar, não tarda.
O meu corpo está enregelado
e o vento desalinha-me o cabelo.
É quase noite, urge regressar
mas é difícil ter que abandonar
estas paisagens de bruma e de
granito.
Não sei se adivinhando
o meu pensar
uma gaivota solta um pio, aflito.
E porque hoje as mensagens são breves deixo mais algumas, a primeira na sequência de uma outra colocada há uns
tempos sobre o trabalho de Noé Sendas, a segunda com um texto ( melhor e-mail do ano.ppt) para reflexão e a última com o "humor"de Quino ,sempre atual...
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Os avanços da Ciência e a descoberta das nossa origens
Há cem anos desconhecíamos a existência de galáxias e acreditávamos que
o universo era estático. Tão pouco conhecíamos o mecanismo pelo qual a energia é
gerada nas estrelas, e a idade do universo era estimada em apenas alguns
milhões de anos. Hoje sabemos que vivemos em um universo em expansão, com
bilhões de galáxias dentro de nosso horizonte, que iniciaram seu processo de
formação há mais de 10 bilhões de anos. Os avanços alcançados nesses últimos
cem anos são enormes. Dispomos hoje de um quadro consistente, o
chamado modelo padrão da cosmologia (MPC) que é, sem dúvida alguma,
um grande patrimônio científico e cultural da humanidade. Fundamental para o
seu desenvolvimento tem sido avanços em física atômica, quântica, nuclear, de
partículas elementares e gravitacional. Esse modelo, baseado na relatividade
geral de Einstein, em combinação com física fundamental, nos permite entender a
evolução do universo desde as primeiras frações de segundo até hoje,
aproximadamente 14 mil milhões de anos depois.
O filme Em busca das nossas
origens cósmicas dá-nos conta dos avanços nesta busca incessante da mente humana.
E por falar em mente humana, também o entendimentos sobre o
modo como funciona tem progredido com os avanços do conhecimento científico,
nomeadamente da Física quântica, como nos diz Marcelo Gleiser num texto que pode ser lido aqui
(...)Existem aqueles que
defendem que entender o cérebro é reduzir seu comportamento às interações entre
neurónios e grupos de neurónios a partir de cada sinapse, e aqueles,
principalmente o grupo de filósofos defensores do "misterianismo",
que argumentam que somos cognitivamente incapazes de compreender como funciona
a mente e, em particular, o consciente -a experiência subjetiva que temos
quando sentimos algo, seja o tom de uma cor
o ou a emoção(...) do a
A física quântica entra aqui
devido ao comportamento bizarro de sistemas atómicos. A ideia é que esse
comportamento tem algo a dizer sobre a mente, em particular a propriedade da
superposição, em que eletrões ou outras partículas, antes de serem detetados,
podem ocupar vários pontos do espaço ao mesmo tempo
A deteção do eletrão seleciona
um desses pontos, que podemos prever com certa probabilidade
O físico Roger Penrose e o
anestesista Stuart Hameroff sugerem que pensamentos existem em superposição no
inconsciente e que uma proteína chamada tubulina é a responsável pela seleção
final de um deles, tornando-os conscientes
Para isso, usam outra
propriedade estranha, o emaranhamento, onde duas entidades (e.g. eletrões)
podem existir num estado onde suas identidades desaparecem e o par forma uma
entidade só: o que ocorre em um influencia o outro, mesmo se separados por
longas distâncias. Dessa forma, partes diferentes do cérebro podem "comunicar"
instantaneamente
Mesmo que a relação entre a
física quântica e o cérebro permaneça um mistério, sem essas ideias pioneiras
certamente não faríamos progresso(...)
Termino com alguns"exercícios" interessantes que nos mostram quão "enigmática" é a nossa mente e com imagens fascinantes do "mundo" de Escher.
Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua
mente leia corretamente o que está escrito.
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!o
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!o
o melhor do mundo são as crianças...
Como prometi na
última mensagem, vou falar um pouco das visitas que fiz ao Agrupamento de
Escolas de Canidelo, onde a convite da colega Cristina Santos, Bibliotecária,
já tinha ido em tempos. No dia 24 de janeiro estive na sede do Agrupamento, com
alunos do 3º ciclo que, com alguns professores, tinham explorado a Breve História da Química. Fiz algumas experiências
à medida que íamos conversando sobre o texto e a sessão correu bem com os
alunos genericamente motivados.
No dia 5 de fevereiro estive na EB1 de Lavadores. Porque
houve uma falha na troca de e-mail com a colega Cristina fiquei convencida que
o texto seria a Breve História da Química. Embora destinado a mais crescidos já
me tem sido solicitada a apresentação do livro para alunos do 1º ciclo do ensino
básico. Quando assim é exploro o 1º e o 2º atos, estabeleço pontes com mundos
de ficção como os Gormiti, e Harry Potter ( a Pedra Filosofal ) fazendo a
destrinça entre o que é a ficção e o que
constituiu um contributo inestimável para a evolução da química, nomeadamente a
importância do fogo e de muitos
conhecimentos alquímicos. Os miúdos aderem muito bem.
Com base nestes pressupostos preparei a sessão, a PEN com
alguns textos relacionados com a Breve História da Química, e, equipada com o material que supunha
necessário para a abordagem dos dois primeiros atos da peça, levei a “mochila
da ciência” como o meu neto José chama ao saco onde levo o material, quando vou
fazer sessões em escolas.
Mal entro na sala, vejo uma série de meninos sentados, tendo
nas carteiras dois dos meus livros : “Ciência para meninos em poemas
pequeninos” e “Pelo sistema solar vamos todos viajar”. Fiquei um pouco
perturbada, embora tentasse não o deixar
transparecer, e comecei de mediato a magicar como iria dar a volta à situação.
Mas fui espetacularmente surpreendida pois as crianças tinham preparado textos
e atividades relacionadas com os referidos livros e presentearam-me com
as suas apresentações,
findas as quais me bombardearam com perguntas sobre os livros, sobre a minha
atividade de escritora, etc. Tudo com um entusiasmo e uma alegria contagiantes.
Creio que na sala estavam 26 crianças e entre elas, duas ou três com necessidade
educativas especiais.
A meio, uma das crianças teve um ataque de asma, algo que eu nunca tinha visto mas é um pouco
perturbador. A serenidade da professora transmite-se às crianças que
aguardaram calmamente que a professora tomasse medidas para a resolução do
problema.
A professora Clara Sousa, ainda relativamente jovem, é uma
daquelas professoras Excelentes (com E maiúsculo) mas a quem tal não é
provavelmente reconhecido porque, em vez de entrar em projetos que acima de
tudo gastam muito papel, investe nas situações de sala de aula, não apenas
quando há espetadores, mas no dia a dia da sua prática letiva. Foi assim que a
professora bibliotecária se referiu a Clara Sousa.
E já que falo na professora Bibliotecária também uma palavra para ela que, com a sua habitual gentileza, me veio sempre buscar e trazer
Mas regressando a Lavadores, à despedida uma menina veio entregar-me, em nome de todos, uma lembrança- uma esferográfica com referência à escola.
Reparei que um
pequenito se aproximou de mim e de uma forma muito tímida me disse- eu queria
dar-lhe uma prenda só minha; dou-lhe este dinheiro (creio que seria 1 euro e a
senhora compra): Convenci-o que ficaria muito mais contente se ele fizesse um
desenho,
ou um texto e mo oferecesse e que não teria que ser naquele momento mas poderia
ser depois. Bastaria entregá-lo à professora para mo fazer chegar.
Esta simplicidade das crianças é comovente. Numa visita que
fiz a uma escola há uns anos, quando vinha embora uma criança, muito
timidamente, veio dizer-me que me queria pedir uma coisa: Fazia anos e queria
que eu fosse à sua festa de aniversário. Com muita pena minha não pude pois tinha
que regressar de imediato ao Porto, senão perderia o transporte
E a propósito de crianças, termino com um vídeo delicioso
que me enviaram
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Entrei em 2014 com o pé errado?
Não sou minimamente supersticiosa nem tão pouco o eram meu
pai nem minha mãe, brasileira de alma e
coração. Nos primeiros anos de liceu,
muitas das minhas colegas, sempre
que havia teste, tinham a preocupação de
entrar na sala de aula com o pé direito. Nunca tal me preocupou.
Também era habitual perguntarem-me no início das aulas do 2º
período letivo: Entraste no novo ano com
o pé direito? Ainda hoje não sei como
se entra num ano com o pé direito e por isso, terei eventualmente entrado em
2014 com o pé esquerdo...
Efetivamente, uma série de pequenos contratempos tem
afetado o meu dia a dia. Desde há muito que, de vez em quando devo extrair uns
sinais que, embora do foro oncológico têm uma perigosidade quase nula. Mas, logo
que detetados, devem ser extraídos. É algo já quase “rotineiro”. No dia 31 de
Dezembro foram extraídos mais dois. Usei pela
primeira vez o serviço de dermatologia do Hospital de Santo António, onde tive
um atendimento “5 estrelas”. Os curativos posteriores, durante cerca de 18
dias, foram feitos no Centro de Saúde S. João, o “meu” centro de saúde, onde,
como já aqui referi em tempos, sempre tive um atendimento excecional. Tudo
correu lindamente mas dois dias após tirar os pontos, uma das cicatrizes, na
região lombar, abriu. Sem ser médica percebi que, provavelmente a causa da
rotura teria a ver com a minha ainda razoável flexibilidade que me leva a
abusar de me dobrar, etc, etc. O maior aborrecimento daqui decorrente foi o ter
que estar um mês ( ainda está a decorrer) à espera da nova cicatrização que tem
que ser feita por granulação ou segunda intenção (são estes os termos técnicos)
que é um processo lento.
Porventura o mais inconveniente para mim foi ter que deixar
de ir ao ginásio durante mais um mês ( felizmente o Holmes Place, para processos
que decorram entre um e dois meses não
cobra as mensalidades respetivas, desde que se apresente o atestado médico).
Mas os contratempos não se ficaram por aqui. Há cerca de 15
dias tive mais uma crise de tosse, dor de garganta, afonia. Desde os meus 11
anos que estes episódios ocorrem e ao longo da minha vida consultei vários médicos
que me enviavam para outros que por sua vez me enviavam para outros, etc,etc,etc.
Assim passei por especialidades como otorrinolaringologia, alergologia, gastro-enterologia,
pneumologia, endocrinoligia... Decidi nunca mais tratar do assunto mas, no Verão
de 2011,tive em Trás-os Montes algo que levou o médico do centro de saúde a
aconselhar-me a consulta a um otorrinolaringologista, por supor que se tinha
tratado de um episódio de síndrome de Ménière. Foi-me aconselhado um
especialista do HPP e marquei consulta. No dia da mesma estava eu com mais uma
crise de garganta, com febre alta, etc. Pensei não ir à consulta mas à última
hora decidi: vou mais uma vez e agora será
definitivamente a última , tentar descobrir a causa do problema que me aflige há tantos anos. Talvez por ter
ido em crise, o médico detetou um “herpético glótico” ou seja, aftas na glote. Fiz
um tratamento intensivo e durante dois anos não tive qualquer problema, embora
tivesse sido avisada de que em qualquer altura poderia reaparecer.
Dizia eu que há cerca de 15 dias tive mais uma crise de
tosse, dor de garganta, afonia. Imaginei que era o tal “herpético glótico” e
marquei consulta para a passada 4ª feira. Na segunda feira imediatamente anterior acordei com um terrível dor de entes. Vista de "urgência" ao dentista que após radiografar, disse. Essa dor não é do dente mas sim duma possível infecção na cavidade bucal. Na quarta feira a laringoscopia feita pelo otorrino mostrou que a glote estava
completamente limpa mas pela rinoscopia o médico concluiu que estava com
sinusite(problema que nunca tinha tido) bilateral aguda, daí a tal dor no dente... e é essa sinusite que me tem retida na
cama há já alguns dias, medicada com antibióticos e não só....Deveria ter atacado
mais cedo mas não imaginei que fosse algo de novo.
Mas se estes episódios me poderiam levar a acreditar que
entrara em 2014 com o pé errado(????) outros houve que me levariam a pensar o
contrário, desde logo a entrada para o CPO que aqui já referi ( e a cujos
ensaios não tenho podido ir...) . Também estes dias de inatividade permitiram que
lesse muito ( eu adoro ler). Comecei por ler o último livro que me tinham oferecido, A sentinela de Richard Zimler. Depois
decidi reler alguns livros de Mia Couto, os 3 últimos que adquiri: O Outro Pé da Sereia; Venenos
de Deus, Remédios do Diabo; Jesusalém, este último, para mim, um dos melhores do autor.
Deixo
um breve excerto desse livro na voz do autor
Já em 2014 fui a duas escolas do Agrupamento de Escolas de Canidelo (eram para ter sido três mas a minha saúde ainda não permitiu a terceira) e vim de lá encantada. Mas isso será tema para outra mensagem
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Sons do espaço
Sabemos que o som não se propaga no vácuo, mesmo “virtual”
como o dos cosmos. Mas isso não significa que não haja vibrações
eletromagnéticas que podem ser captadas por antenas especiais. Depois..
Hoje, no blogue De Rerum Natura, António Piedade, com a sua
linguagem sempre poética, colocou uma mensagem de que deixo um excerto
A uma distância de mais de 100 vezes a
distância da Terra ao Sol (a Voyager 1, a mais de 125 esta distância, até já
saiu do nosso Sistema Solar e navega em direcção às estrelas) as duas sondas
continuam a enviar dados novos todas as semanas. Este mar de informação
inspirou o físico Domenico Vicinanza, também com formação em música, a tratar
os dados enviados pelas sondas através de uma técnica conhecida por
“sonificação” de dados (resultante do projecto Géant,
uma rede de dados europeia de alta velocidade, que liga 50 milhões de
utilizadores de mais de 10 000 instituições de investigação e ensino em 40
países). Consiste a técnica em transformar grande quantidade de dados, de uma
proveniência específica, em som audível, e é cada vez mais utilizada para
descobrir padrões e regularidades que, de outra forma, não seriam facilmente
detectáveis. Permite encontrar a agulha no palheiro, encontrar ordem onde antes
só havia o caos aparente.
No caso que aqui nos
interessa, Vicinanza começou por seleccionar 320 mil dados enviados nos últimos
36 anos por cada uma das duas sondas Voyager. Esses dados correspondem a
medições da contagem de protões realizadas, de hora a hora, pelos detectores de
raios cósmicos de cada sonda. Os dados de cada uma das Voyager sobre o ambiente
cósmico foram, a seguir, transformados em duas melodias. Por fim, o cientista
músico atribuiu à melodia vinda de cada sonda uma textura instrumental
distinta: um piano para uma, e cordas para a outra. No final, juntou-as e
obteve um dueto que ilustra em cerca de 5 minutos (pode ouvi-la aqui) 36 anos de raios cósmicos detectados pelas
Voyager em simultâneo.
Espantosamente,
a peça obtida, qual relato sonoro do espaço sideral, oferece-nos um dueto
musical de padrões harmoniosos assim tornados audíveis para usufruto da nossa
sensibilidade, numa revelação artística da ordem cósmica do Universo.
Este impressionante
wallpaper do espaço mostra a forma dramática e a cor da Nebulosa do Anel,
também conhecida como Messier 57.
Do ponto de vista da
Terra, a nebulosa parece uma forma elíptica simples, com um limite
desgrenhado.
No entanto, novas observações
a partir da combinação de dados terrestres existentes com novos dados do
Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostram que a nebulosa tem o formato de
uma rosquinha distorcida.
-
sábado, 1 de fevereiro de 2014
O Homem que plantava árvores
Hoje, ao fazer uma pesquisa na NET, deparei com uma curta
metragem da história
Na sequência dessa encontrei várias outras. Uma já aqui a "postei" e tem a ver com a obra de Saramago, A Maior Flor do Mundo,
mas encontrei muitas outras que merecem igualmente ser vistas, o peixe feliz , o homem feliz , subidas e descidas na vida
Este último fez-me recordar O feiticeiro de Oz. Deixo uma
cena, numa encenação
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