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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Pôr do Sol

Termina hoje a minha série de"reportagens" sobre as férias no Nordeste

Já em anos anteriores me tenho referido aos meus fins de tarde, sentada no terraço a  ver o pôr do Sol. Desta vez não tive oportunidade de fotografar os melhores pois ocorreram quando a casa estava cheia de gente e a azáfama era muita…Depois foi a terrível vaga de incêndios e as nuvens de fumo que, por vezes interferiram com a observação do Sol. De qualquer modo deixo algumas imagens e alguns poemas alusivos.



 

Poema das coisas belas
 
As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivos serão belas?
E belas, para quê?
Põe-se o Sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas por que será belo o pôr do sol?
E belo, para quê?

Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?

Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?

Gedeão, A. in Poesia Completa 
 

Havia no meu tempo um rio chamado Tejo que se estendia ao Sol na linha do horizonte (...)António Gedeão

Corre um rio por detrás da linha do horizonte,
um rio onde se espelham lua e sol,
os salgueiros nas margens,
também os amieiros e os choupos
que, no verão, derramam sombra fresca
sobre o chão e sobre o rio,
que imagino por detrás da linha do horizonte,
lá onde, ao arrebol, o céu se torna rubro
e o sol já só se vê por refração.
Oculto por detrás da linha do horizonte,
o sol não passa de ilusão.
Onde a realidade? Onde a ficção?
Ser ou não ser, eis a questão.
Gouveia, R. in Entre margens

 



2 comentários:

  1. Onde estão os nossos rios ainda selvagens? O que fazem ao nosso litoral? Porquê tanto betão e tanta floresta destruida? A ambição e a ganância alguma culpa terão.
    Os poemas são lindos!!

    Um beijo.

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  2. Tb aprecio os pores do sol ( tal como o Principezinho de St Exupery) e houve anos em que via praticamente o por do sol todos os dias. Vivia no 9º andar da rua 9 de Julho, em que a sala e todos os quartos eram virados para poente. Tenho uma colecção de fotos todas elas diferentes, umas com as casas da Foz em contra luz, outras com Matosinhos a encher-se de luzinhas, o espectáculo era fantástico todos os dias. Por vezes o nevoeiro nada deixava ver, mas havia sempre um tom rosado naquele lado do horizonte. Tenho muitas saudades dessa casa...
    O poema de Gedeão é muito pessoano, poderia ter sido escrito pelo Poeta...

    Já viste o mail que te enviei? Desculpa, sim?

    Bjinho!

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