Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


quinta-feira, 14 de março de 2013

De novo pelas escolas...

No passado dia 7, quinta feira, após o meu serviço de voluntariado no H. de Santo António, fui para o meu Nordeste de onde regressei no domingo. Na segunda feira desloquei-me de novo a Trás-os-Montes, a convite do Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena. Saí na camioneta das 7 h da manhã e em Vila Real aguardava-me uma colega que me levou para Ribeira de Pena. Aí fiz três apresentações.

O Agrupamento engloba as escolas de  Ribeira de Pena e as de Cerva pelo que segui para Cerva, onde dormi. De Ribeira de Pena para Cerva fui com a professora Melita Machado, responsável pelo polo da Biblioteca Escolar  que ali criou. Já  quando  lecionava  em Mondim de Basto me tinha convidado para ir à respetiva escola, pelo que já conhecia o seu entusiasmo e envolvimento em diversas atividades com os alunos.

No dia seguinte  fiz também três apresentações em Cerva.

Quer em Ribeira de Pena quer em Cerva, os professores tinham trabalhado com os  alunos textos de  três dos meus livros : Ciência para meninos em poemas pequeninos( com os meninos do pré-primário),   Era uma vez ...Ciência e poesia no reino da fantasia ( com o 1º ciclo), e Pelo sistema solar vamos todos viajar( com o 2º ciclo). Os alunos, de acordo com as diferentes idades,   produziram textos, desenhos, maquetas e outros trabalhos  que estavam expostos ao longo de corredores, salas, etc. Para além disso fizeram apresentações, pequenas encenações, espetáculos coreografados, etc.

Foi notória a preparação minuciosa das várias apresentações feitas. Registo também  o aspecto muito cuidado de todos os espaços

O carinho com que todos me receberam foi fantástico pelo que deixo aqui expresso o meu agradecimento. Ficaram de me enviar algumas fotos. Entretanto deixo já um texto que um aluno, cujo sonho é ser poeta , escreveu, leu e fez questão de me oferecer.


 
Antes da abertura do IP4, quando nos deslocávamos  para o “meu Nordeste” e a fim de fugir à estrada do Marão, íamos ter a vila Real passando por Guimarães, Fafe, Vila Pouca de Aguiar . No caminho avistávamos  Ribeira de Pena, pelo que uma das vezes resolvemos visitar a vila. Cerva conhecia-a apenas através de textos de Camilo e pela descrição que a minha colega e amiga, Isabel Machado, me fazia da sua terra. Desta vez fui conhecer Cerva “pela mão” de uma irmã da Isabel, precisamente a professora Melita que me levou de Ribeira de Pena a Cerva e que foi sempre de uma enorme gentileza, tal como a sua mãe que vive em Cerva e  que em tempos eu já conhecera, através da Isabel.

Estava muito frio e chovia bastante pelo que não pudemos desfrutar das belíssimas paisagens que rodeiam o lugar. Deixo no entanto algumas imagens de um panfleto turístico que trouxe do hotel onde fiquei alojada.


 
De Cerva regressei ao Porto. Saímos  de Cerva juntamente com a Rita e a Beatriz (filhas da Melita, alunas do 1º ciclo  em Cerva e que, consequentemente, também participaram entusiasticamente  nas atividades levadas a cabo pela sua escola ) supostamente em direção a Guimarães onde eu apanharia o comboio. Mas não foi assim. A colega fez questão de me trazer a casa.

 Cheguei cansada mas  a experiência  foi, para mim, muito gratificante.

No dia seguinte, quarta feira, às 9,30 o “meu editor” veio buscar-me para me levar a Ermesinde onde, a propósito do livro Breve História da Química, fiz duas intervenções, uma de manhã e outra de tarde, abrangendo assim todos os alunos de 8 º ano. Também aqui fui muito bem recebida por todos, nomeadamente a Professora Bibliotecária, uma colega extrordinariamente afável. Fui entrevistada e brindada com intervenções dos alunos que tinham estudado a obra  num trabalho pluridisciplinar, desenvolvido essencialmente  nas áreas de Português e Física/Química. A sessão da manhã correu muito bem; de tarde a par de alunos muito interessados, houve dois ou três elementos que estiveram menos bem mas de qualquer modo gostei muito de estar na escola onde aliás já me tinha deslocado no ano letivo anterior.

E sob pena de me repetir,  sempre que me confronto com estas situações não posso deixar de manifestar a minha admiração pelos professores que, sobrecarregados com inúmeras tarefas, algumas sem sentido, ainda se envolvem entusiasticamente em diversas atividades com os alunos.

3 comentários:

  1. Ribeira de Pena, passei lá muitas e muitas vezes na estrada do Porto a Chaves, em 1977-79. Era um ermo e nem sequer tinha gasolina, uma vez faltou-nos e tivémos de ir ao Arco de Baúlhe buscar. Parecia um presépio à noite iluminada.

    Fantºastico haver actividades destas para alunos pequeninos, despertar-lhes a criatividade e o interesse pela poesia, pintura e ciência. Nunca mais se vão esquecer com certeza.

    Admiro a tua saúde e capacidade de entrega.

    Continua....:)

    Bjinho

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  2. Tão lindo tudo o que faz, Regina. Com tanto entusiasmo e amor!!! Bem sabe como a admiro por essa dádiva constante. Quero também manifestar a minha admiração pelos professores que, sem condições e tão maltratados, dedicam muito da sua vida e conhecimentos a preparar um futuro para os seus alunos.

    Um beijo grande, Regina.

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  3. Obrigada às duas mas para mim, aposentada, é fácil disponibilizar tempo para fazer algo de que tanto gosto. Com muitos professores é diferente. Não existe o mínimo respeito por parte do sistema. Diziam-me há dias que há já professores em condições dramáticas. Colocados longe, a ter que se deslocar entre escolas ( neste momento há professores que trabalham em mais que uma escola do mesmo agrupamento, por vezes com distâncias consideráveis entre elas), sem disporem de transportes eficazes o que obriga a usar o seu automóvel com os custos a isso inerentes (combustível, portagens, desgaste), a ter que sair de casa muito cedo e a regressar muito tarde, por vezes presos em inúmeras reuniões sem qualquer interesse, a ter que deixar os filhos em amas e afins, etc, etc, etc
    E infelizmente não há ninguém de bom senso que consiga travar esta loucura. Que grande decepção, Sr. Ministro Nuno Crato...

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