- Como seria viver sem a química
- A descoberta do fogo
- Desde os "quatro elementos" a Lavoisier
- Lavoisier e Dalton
- Tabela Periódica
- Riscas espectrais
- Marie Curie
terça-feira, 22 de maio de 2012
Ainda a Breve História da Química
Ontem,
dia 21, estive na feira do livro de Famalicão, programa anexo, com alunos de
duas turmas, 7º e 9º ano. Quando
constatei que os alunos não sabiam quem eu era nem tão pouco conheciam o livro,
receei que a sessão fosse correr mal. Mas não. Estiveram atentos e
genericamente mostraram-se bastante interessados durante toda a sessão
Quando
estava a conversar com os alunos lembrei-me
que em 1975 /76 fui colocada em Famalicão mas, devido a uma nefrite que
me foi diagnosticada em Agosto de 1975, só pude ir trabalhar em Maio de 76 pelo
que a minha passagem por Famalicão foi muito breve
Para hoje
estava agendada, desde há muito, a última actividade de um conjunto de três,
Descobrir a Química, integrada no Porto de Crianças, projecto a que já me referi em mensagens anteriores ( a última no passado dia 12 ).
No
auditório da Biblioteca Almeida Garrett, o grupo de teatro 3 pancadas,
representou a peça para quatro turmas de
crianças do ensino básico (as duas que desde o início estiveram integradas no
projecto e mais duas que, tendo feito um trabalho sobre Madame Curie, foram
contempladas com a possibilidade de assistir à peça. Portaram-se muito bem.
Por
motivos imprevistos, esteve em causa a ida do grupo de teatro pelo que, quando ontem me
informaram da eventual impossibilidade da sua presença, seleccionei uma série
de pequenos filmes sobre a história da Química para passar aos alunos.
Felizmente não foi necessário usá-los mas deixo aqui os “endereços”.
No fim da
sessão fui visitar, na Galeria do Palácio, a 3ª edição da Bela - Biennial of European and Latin American
Contemporary Art. Gostei
muito de algumas obras
domingo, 20 de maio de 2012
Breves
1
No passado
dia 14, no programa Diário Câmara Clara, o artista plástico Noé Sendas, a quem já me referi
por mais que uma vez neste blogue, falou
sobre a sua exposição Desconocidas. No mesmo programa foram dados a conhecer dois belíssimos edifícios em Sintra,
recentemente restaurados: o Palácio De Monserrate e o Chalet da Condessa d´Edla
2
Há dias
encontrei na NET a referência a um ilustrador FRED LE CHEVALIER,
que se destaca essencialmente pela sua street art
Passear pelas
ruas de Paris pode transformar-se numa caça ao tesouro especialmente através das ruas
do Marais, onde estão concentradas muitas das grandes forças criativas da
capital francesa. Aos poucos, as pessoas habituaram-se aos pequenos doces, às
mensagens secretas e românticas do ilustrador Fred le Chevalier,
uma espécie de Arsène Lupin (personagem de Maurice Leblanc) dos tempos
modernos.
3
Há uns tempos,
no blog cor em movimento encontrei uma referência à ópera
"Einstein on the Beach", obra que não conhecia, escrita pelo compositor minimalista Philip Glass.
"Einstein
on the Beach" concebida como um olhar metafórico em Einstein,cientista,
músico, humanista amador e o homem cujas teorias, para melhor e para pior,
levou à divisão do átomo não é ópera, no sentido comum. É verdade que há
cantores e bailarinos, realizando no palco, e que há também uma
"orquestra" (o Ensemble Philip Glass). Mas o trabalho não tem nenhuma
ação narrativa, que consiste apenas de "quadros vivos", que no
entanto não têm qualquer relação com a vida real de Albert Einstein.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Gaudi, Carreras e LLach
Barcelona
é, para mim, uma cidade fantástica.
Creio ser consensual que falar de Barcelona,
implica falar da obra do catalão Antoni Gaudi
nomeadamente na Casa Battló, na Casa Milá,
no Parque Güell ou na Sagrada Família, algumas classificadas Património da Humanidade
pela UNESCO.
Deixo
algumas imagens dessas obras bem como um "vídeo" com imagens da casa Milá e a música
e a voz de outros dois catalães Lluís Llach e José Carreras
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Ser professor...
Hoje, enquanto aguardava uma aula de Pilates duas senhoras conversavam a propósito da profissão docente. Uma delas dizia . Eu não sou professora mas nem por cinco mil contos por mês gostaria de o ser. Conheço várias professores, apercebo-me do quanto se empenham e depois vejo, entre outros, pais, alunos , comunicação social, falar dos professores com um menosprezo inaceitável.
Lembrei-me então de uma das últimas mensagens publicadas in De Rerum Natura um excerto, em pré-publicação, de um livro que está por estes dias a sair na Gradiva "A Professora, os Porcos e os Cisnes. O pântano da educação em Portugal" de Manuel Nunes:
Mas as pessoas não vêem isto. Não vêem nem querem ver. E muitas daquelas que deviam ver e que deviam ajudar as
outras a ver estão, infelizmente, na primeira fila da multidão
que despreza as colunas do edifício.
Sei que me vou repetir mas, nas minhas inúmeras passagens pelas escolas, agora na qualidade de autora, apercebo-me da imensa dignidade com que grande parte dos professores leva a cabo a difícil tarefa de ensinar
Termino com um texto, de autora desconhecida retirado daqui
Gosto de ser Professora.
Apesar de tudo,
Apesar de todos foi a profissão que escolhi e que me orgulho de ter.
Gosto de ensinar e aprender e
É neste devir constante, nesta relação permanente, que está a magia desta profissão (que tem vindo a ser tão desrespeitada pela sociedade em geral e pelos governos em particular).
E continuo a sorrir, a cada dia que chega, a cada semana que torna a cada ano que (nunca) se repete, apesar do cansaço e do stress que vão ficando acumulados com o tempo que vai passando.
As razões deste Sorrir?
São três.
A Primeira;
A Única;
E Última, são os alunos.
Os meus alunos.
Sois, definitivamente, a razão do meu sorrir!!!
Ser Professor é um desafio.
À vontade e à motivação.
Ser Professor é acreditar.
Na força dos jovens e nas suas capacidades.
Ser Professor é querer.
Ajudar na formação e educação dos jovens de Hoje mas Homens de Amanhã.
Ser Professor é ser amigo.
Que ajuda incondicionalmente mas que critica construtivamente quando há erro.
Ser Professor é ser bombeiro.
Do fogo cruzado dos afectos e das emoções que Todos condiciona sem excepção.
Ser Professor é ouvir.
O silêncio de um olhar,
O barulho de uma lágrima,
A alegria de um sorriso ou
O calor de um abraço.
Ser Professor é observar.
Perscrutar atitudes,
Ler nas entrelinhas,
Olhar e ver para além do que os olhos alcançam.
Ser Professor é estar.
Disponível para um sorriso e
Estendendo a mão e dizer “estou aqui”;
Ser Professor é construir e reconstruir.
Construir alicerces para a vida e reconstruir os caminhos perdidos.
Ser Professor é Ser.
Apenas isso.
É o que tento.
Todos os dias.
Um de cada vez.
Ensinando e aprendendo;
Sorrindo;
Desafiando;
Acreditando;
Querendo;
Dando a mão;
Apagando fogos;
Ouvindo;
Abraçando;
Observando;
Estando;
Construindo e reconstruindo;
Sendo.
Eu própria.
Sempre!!!!
Lembrei-me então de uma das últimas mensagens publicadas in De Rerum Natura um excerto, em pré-publicação, de um livro que está por estes dias a sair na Gradiva "A Professora, os Porcos e os Cisnes. O pântano da educação em Portugal" de Manuel Nunes:
(...)— Os professores são as colunas que
sustentam o edifício social. Se estas colunas ruírem, todo o edifício se desmoronará
irremediavelmente!
(...)É isto mesmo: os professores são as colunas interiores do edifício. Porque são interiores, quase ninguém se dá conta da sua existência. As pessoas
olham para as partes exteriores do edifício
(Olhem, que linda
fachada!... Olhem, que paredes robustas!... Olhem, que belas
janelas!... Olhem!...), mas esquecem que toda aquela beleza exterior existe porque há, por dentro e por baixo, colunas e alicerces a servirem-lhe de
suporte...
Sei que me vou repetir mas, nas minhas inúmeras passagens pelas escolas, agora na qualidade de autora, apercebo-me da imensa dignidade com que grande parte dos professores leva a cabo a difícil tarefa de ensinar
Termino com um texto, de autora desconhecida retirado daqui
Gosto de ser Professora.
Apesar de tudo,
Apesar de todos foi a profissão que escolhi e que me orgulho de ter.
Gosto de ensinar e aprender e
É neste devir constante, nesta relação permanente, que está a magia desta profissão (que tem vindo a ser tão desrespeitada pela sociedade em geral e pelos governos em particular).
E continuo a sorrir, a cada dia que chega, a cada semana que torna a cada ano que (nunca) se repete, apesar do cansaço e do stress que vão ficando acumulados com o tempo que vai passando.
As razões deste Sorrir?
São três.
A Primeira;
A Única;
E Última, são os alunos.
Os meus alunos.
Sois, definitivamente, a razão do meu sorrir!!!
Ser Professor é um desafio.
À vontade e à motivação.
Ser Professor é acreditar.
Na força dos jovens e nas suas capacidades.
Ser Professor é querer.
Ajudar na formação e educação dos jovens de Hoje mas Homens de Amanhã.
Ser Professor é ser amigo.
Que ajuda incondicionalmente mas que critica construtivamente quando há erro.
Ser Professor é ser bombeiro.
Do fogo cruzado dos afectos e das emoções que Todos condiciona sem excepção.
Ser Professor é ouvir.
O silêncio de um olhar,
O barulho de uma lágrima,
A alegria de um sorriso ou
O calor de um abraço.
Ser Professor é observar.
Perscrutar atitudes,
Ler nas entrelinhas,
Olhar e ver para além do que os olhos alcançam.
Ser Professor é estar.
Disponível para um sorriso e
Estendendo a mão e dizer “estou aqui”;
Ser Professor é construir e reconstruir.
Construir alicerces para a vida e reconstruir os caminhos perdidos.
Ser Professor é Ser.
Apenas isso.
É o que tento.
Todos os dias.
Um de cada vez.
Ensinando e aprendendo;
Sorrindo;
Desafiando;
Acreditando;
Querendo;
Dando a mão;
Apagando fogos;
Ouvindo;
Abraçando;
Observando;
Estando;
Construindo e reconstruindo;
Sendo.
Eu própria.
Sempre!!!!
Era uma vez...Ciência e poesia no reino da fantasia!
Por vezes pesquiso na Net reacções aos meus livros. Felizmente encontro várias e genericamente muito favoráveis.
Não resisto a colocar aqui duas a propósito de Era
uma vez...Ciência e poesia no reino da fantasia
Uma, em forma de "poema", data já de 2007
É este o nome do livro que eu li
Todo ele em poesia é
Como o nome indica ali
Muito bonito e inspirador é
Existem cinco lindas histórias
Dentro deste livro encantador
Dele guardo lindas memórias
É tudo embelezador
Começa numa viagem no mar
Inventada por um menino
A sua imaginação começou a voar
Só que nela passou um tempo pequenino
Depois passou para o vento
Suave e forte ao mesmo tempo
Muito faz ele para empurrar
Muitas coisas sem parar
Esta terceira aventura começa
Numa nave espacial
Que vai ter a um planeta
Muito, mas muito especial
Deixo-vos com a ânsia de ler este livro maravilhoso!!!
Lucas
Todo ele em poesia é
Como o nome indica ali
Muito bonito e inspirador é
Existem cinco lindas histórias
Dentro deste livro encantador
Dele guardo lindas memórias
É tudo embelezador
Começa numa viagem no mar
Inventada por um menino
A sua imaginação começou a voar
Só que nela passou um tempo pequenino
Depois passou para o vento
Suave e forte ao mesmo tempo
Muito faz ele para empurrar
Muitas coisas sem parar
Esta terceira aventura começa
Numa nave espacial
Que vai ter a um planeta
Muito, mas muito especial
Deixo-vos com a ânsia de ler este livro maravilhoso!!!
Lucas
A outra, a propósito de Era uma vez o mar, encontrei-a há dias…
O livro, que conta com duas edições (2006, 2008) foi editado pela Campo das Letras que entretanto
"desapareceu".
Deve sair brevemente uma reedição pela editora 7dias6noites.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Penalva do Castelo
Hoje, juntamente com a
escritora Adelaide Moreira estive em Penalva do Castelo onde decorre uma feira
do livro em que participa a “nossa” editora:
Ambas participámos em 3
sessões com alunos. A mim “couberam-me” 214
alunos de 3º ciclo.
Fomos muito bem recebidas
pelas professoras bibliotecárias que, dentro do pouco tempo livre de que
dispusemos, nos levaram a visitar a casa da Ínsua.
Conta
a história da Casa da Ínsua que tem a sua origem na família Albuquerque que
surgiu na idade média, por volta do século XII\XIII. São da mesma descendência e por
conseguintes parentes, de Afonso de Albuquerque, que foi vice-rei da Índia,
tendo sido este nome o resultado da junção das palavras latinas, albus, que
significa branco e quercus, que significa carvalho. A família
estalou-se na beira por volta do século XIV/XV, na vila de Sátão, cerca de dez
quilómetros a norte de Penalva do Castelo.
A casa onde vivia situava-se no lugar onde
actualmente fica o chamado Soar dos Albuquerques. Os
Albuquerques da beira são descendentes de João Afonso de Albuquerque, trineto
de D. Dinis. É nesta linhagem que
nasce em 1739, na vila do Ládário (a cerca de 10Km de Penalva do Castelo), Luís
de Albuquerque de Mello Pereira Alcáceres que foi Governador do Estado do Mato Grosso, no
Brasil, entre 1771 e 1790.
A quinta da casa da
Ínsua é difícil dizer onde começa e onde acaba, tendo as ruas, nomes escritos
em placas. Os jardins possuem vários tipos e
formas de flores, como camélias e roseiras. Mas a flor mais famosa dos jardins,
é a flor de lótus, com enormes folhas e que não dura mais de 48 horas, apesar
de estar no lago, rodeada de nenúfares. Os eucaliptos fazem sombra ao lago
criando uma perfeita atmosfera de romantismo.
Quanto ás sessões , ficámos (Adelaide e eu) um pouco desagradadas
com o comportamento dos alunos. Embora houvesse alguns interessados e
participativos, muitos não manifestavam qualquer interesse. Creio que não
conheciam as obras o que, à partida,
parece revelar pouco empenho dos professores na preparação dos encontros entre
alunos e escritoras. Numa
das turmas uma aluna entrevistou-me no fim da sessão. Estava acompanhada por
uma professora responsável pelo clube de
jornalismo. Curiosamente ou talvez não, essa
turma portou-se nitidamente melhor que as outras.
Deixo aqui o guião da entrevista
E a terminar…
Penalva do Castelo foi
outrora conhecida por Vila Nova de Santo Sepulcro, nome que decorre do facto de
nela se ter instalado a Ordem Militar e Canónica de Jerusalém, também chamada
de Ordem do Santo Sepulcro. É, no entanto, ponto assente que a antiga vila não
se encontrava precisamente no local onde hoje está situada a Vila de Penalva do
Castelo ( que até 1957 era designada Castendo ).
domingo, 13 de maio de 2012
Oga Mitá
Ontem, dia 12, estive no infantário Oga Mitá (significa “Casa da
Criança” em tupi guarani), com crianças de várias idades (desde crianças de
colo) e respectivos educadores (neste caso educadoras) e pais. No meio de uma certa confusão criada pela
heterogeneidade do público infantil, reinou
sempre aquele entusiasmo próprio das
crianças.
Quando senti que os mais
pequeninos estavam a ficar cansados disse que, por essa razão, iria terminar . Responde-me um pequenito de
quatro anos.
Mas eu não estou cansado.
Foi uma manhã de sábado diferente
mas valeu a pena…
No fim fui presenteada com
um conjunto de trabalhos das crianças, a propósito do poema Bom dia em Ciência para meninos em poemas pequeninos. Deixo aqui
alguns desses
trabalhos
Do que vi in loco e encontrei na NET a escola, que pretende alargar as suas
actividades ao primeiro ciclo, tem um projecto muito interessante.
sábado, 12 de maio de 2012
Porto de Crianças e a Química
O Porto de Crianças
foi instituído pela Câmara Municipal do Porto no sentido de «contribuir para o
sucesso escolar e desenvolvimento integral dos alunos/crianças, criando
condições de interação máxima entre a escola/jardim e infância e restante
comunidade educativa, pela articulação de diferentes contextos de
ensino/aprendizagem - sala de aula, espaço escola, cidade/património,
expressões artísticas, etc.».
Descobrir a Química foi um entre vários projectos
Descobrir a Química
Breve Descrição A partir da exploração da obra
infantojuvenil Breve História da Química, de Regina Gouveia, os alunos descobrem
momentos e personalidades chave da história
da química, com observação de
alguns livros antigos de química existentes na
Biblioteca Publica Municipal do
Porto. Uma visita a um laboratório de química do
Instituto Superior de Engenharia
apresenta aos alunos, a vertente prática do que
é a química, a sua influência no
nosso quotidiano e as suas potencialidades. No
final, assistem a uma peça de
teatro sobre a obra em questão, apresentada pelo
grupo de teatro 3 Pancadas.
Objetivos Estimular o gosto pela química;
divulgar a história da química; fomentar o gosto
pela investigação e pelo
conhecimento; estimular a criatividade; incentivar
a frequência e o uso da biblioteca;
valorizar a biblioteca como um parceiro
importante para as escolas.
Foi
no âmbito deste projecto que, tal como referi em mensagem anterior, me
desloquei à Biblioteca de S. Lázaro (a convite da mesma), onde estive com duas
turmas de crianças.
Essas mesmas crianças estiveram no ISEP, no passado dia 3
O ISEP acolheu uma
visita de jovens estudantes do primeiro ciclo, no âmbito do projeto Porto de
Crianças. A visita estendeu-se pelo Departamento de Engenharia Química (DEQ),
aguçando o apetite pelo mundo da investigação científica, do conhecimento e
criatividade.
Em linha com o espírito de abertura à sociedade do Instituto Superior de
Engenharia do Porto, o DEQ promoveu no dia 3 de maio um programa especial para
os mais jovens. Sob o tema “Descobrir a Química”, a visita apresentou
laboratórios, permitindo alunos observar a vertente prática do que é a
engenharia química, a sua influência no nosso quotidiano e as suas potencialidades.
A
recepção no ISEP foi organizada pelas investigadoras Cristina Delerue Matos e Fátima
Barroso (minha nora).
As crianças,
dispondo de um protocolo experimental adaptado à sua faixa etária, começaram por preparar um indicador de couve
roxa e outro de flor de lírio. Com os indicadores previamente preparados
identificaram ácidos e bases entre materiais de uso corrente.
No
acompanhamento das crianças estiveram ainda envolvidas quatro bolseiros, também
do ISEP.
No final, as
crianças que manifestaram grande entusiasmo durante a actividade, tiveram
direito a algumas lembranças, nomeadamente um diploma de participação.
Serão
ainda essas mesmas crianças que assistirão, no próximo dia 22, à apresentação da peça Breve História da Química, pelo grupo de
teatro 3 Pancadas.
Um minuto de silêncio
Morreu
Bernardo Sassetti Faço minhas as palavras de Deana Barroqueiro
Que grande perda para este país,
onde proliferam os aclamados "famosos", de vidas ocas e sem nenhuma
obra feita!
Em vez de um minuto de silêncio ouçamo-lo em Da Noite - Ao Silêncio
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Encontro Lusófono de Literatura Infanto- Juvenil
No passado dia 7 estive na Trofa , a propósito da 8ªedição do Encontro
Lusófono de Literatura Infanto- Juvenil
Numa primeira sessão, acompanhada pelo grupo de teatro 3 Pancadas,
estive com alunos de 6º ano, para falar da Breve História da Química.
Na segunda sessão estive com alunos do 1º ciclo, para falar de Ciência para meninos em poemas pequeninos
Fui bem recebida por alunos e professores e também por organizadores do
encontro com quem tive o prazer de almoçar, juntamente com o meu editor.
Este é também o editor de Índio Bolha, o livro que recebeu
em 2011 o prémio Matilde Rosa Araújo, instituído pela Câmara Municipal da Trofa
em parceria com o Instituto Camões
Entre os vários eventos dos Encontros decorreu um espetáculo
pelos Meninos Cantores do Município da Trofa que interpretaram, através da
música, o conto vencedor.
Relativamente a este livro deixo um texto retirado daqui
domingo, 6 de maio de 2012
Dia da Mãe
Quando
leccionava, entre os diversos convidados que levei às escolas, contaram-se vários
professores dos Departamentos de Física e Química da FCUP, que sempre acederam aos convites com
entusiasmo. Um desses convidados
disse-me uma vez, no fim de uma sessão que tinha corrido muito bem. Considero-me um
homem feliz em vários aspectos nomeadamente no profissional. Faço o que gosto e
ainda me pagam por isso…
Hoje, dentro
de um outro contexto, lembrei-me desta frase e dei comigo a pensar.
Tenho a
felicidade de ser mãe e ainda recebo prendas por isso…
Hoje, dia
da Mãe, recebi três prendas que mostram bem quanto os filhos (e obviamente as noras) estão
atentos às minhas preferências. Foram elas um CD de música, um livro e uma "écharpe" com um padrão
“etno” muito bonito
O disco,
que não conhecia, tem textos de Saramago musicados.
Deixo dois
dos temas, Ouvindo Beethoven e Fala do Velho do Restelo ao astronauta bem como as letras
dos textos, extraídas de Os Poemas Possíveis
de José Saramago
Do livro,
junto a capa e um excerto da entrevista a Hubert Reeves, a primeira que decidi
ler.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Guernica
Muito se
tem escrito sobre a obra Guernica de Picasso. Para muitos, o artista só começou a interessar-se verdadeiramente
por política na Guerra Civil Espanhola ao tornar-se vivamente solidário com os
republicanos. As fotografias que apareceram na imprensa no início de Maio de 1937,
relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital do País Basco) tê-lo-ão
tocado profundamente. Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos
preliminares, sai do seu atelier de Paris o painel Guernica (3.50x7.82
m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de
1937 dedicada ao progresso e à paz.
A escolha
deste tema para a mensagem de hoje surgiu porque recebi um e-mail com a indicação
deste sítio onde se faz uma leitura desta obra de Picasso, leitura essa semelhante
a muitas outras que tenho lido e que já me levaram a escrever o poema anexo
Guernica
A espada de aço quebrada,
presa a um braço decepado do corpo
a que a cabeça foi ceifada.
Nos braços de uma mãe, um filho exangue.
Nos tons escuros a morte,
ausente a cor do sangue.
Picasso e a memória da dor.
Sob a espada de aço
e a contrastar com o horror,
jaz uma simples flor.
A espada de aço quebrada,
presa a um braço decepado do corpo
a que a cabeça foi ceifada.
Nos braços de uma mãe, um filho exangue.
Nos tons escuros a morte,
ausente a cor do sangue.
Picasso e a memória da dor.
Sob a espada de aço
e a contrastar com o horror,
jaz uma simples flor.
Muitos
pesquisadores acreditam que uma das fontes de inspiração de Picasso, no que respeita a esta obra, terá sido uma
obra de Goya “Os Fuzilamentos de 3 de maio”, em que Goya retrata também um acontecimento
trágico, o fuzilamento de espanhóis
realizado na rua, nos arredores de Madrid pelo exército de Napoleão.
E essa obra de Goya reporta-nos de imediato para o belíssimo poema de
Jorge de Sena CARTA A MEUS FILHOS SOBRE
OS FUZILAMENTOS DE GOYA, aqui na voz de Mário Viegas
Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya
.
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente à secular justiça,
para que os liquidasse com «suma piedade e sem efusão de sangue».
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de uma classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer
aniquilando mansamente, delicadamente
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadeia de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la.
É isto o que mais importa – essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez
alguém está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
– mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga –
não hão-de ser em vão. Confesso que,
muitas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é só nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.
.
Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente à secular justiça,
para que os liquidasse com «suma piedade e sem efusão de sangue».
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de uma classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer
aniquilando mansamente, delicadamente
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadeia de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la.
É isto o que mais importa – essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez
alguém está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
– mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga –
não hão-de ser em vão. Confesso que,
muitas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é só nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.
Aniki Bobó
O realizador mais velho do mundo em actividade – o
portuense Manoel de Oliveira – vai receber o prémio Open Mind das mãos de
Fernanda Matos, a famosa Terezinha, personagem principal da sua primeira longa
metragem de ficção «Aniki Bobó» (1942). In Ciência Hoje
Um excerto de Aniki Bóbó pode ser visto aqui
Entre
os meus inúmeros projectos para público infanto-juvenil, que aguardam edição, tenho
um cujo título é Cinema e fotografia, Universos de magia
Deixo aqui o texto relativo ao cinema, onde presto uma modestíssima homenagem a Manoel de Oliveira
Era uma vez …o cinema
Cinema é uma palavra com origem na Grécia antiga
e quer dizer
movimento.
Desde há muito,
muito, tempo, já nos tempo das cavernas,
o Homem tentou
gravar, com desenhos e pinturas,
cenas com movimento como a caça e a dança
e, entre
animais, uma briga.
Em grutas e outros
lugares ficaram para sempre gravuras
que, pela
arqueologia, hoje são muito
estudadas.
Em Portugal, junto
ao Côa existem muitas gravuras,
são diversas as
imagens junto ao rio, em suas margens.
Figuras humanas,
equestres, e muitas outras que tais
como cervos e
bisontes, que andavam pelos montes
estão nas
pinturas rupestres que são pinturas murais.
Mas há mais….
Com o teatro de
sombras, os povos orientais
simulavam movimentos
de coisas e de animais,
um guerreiro que lutava com um terrível dragão
e um príncipe que
salvava a princesa em aflição.
Também a câmara
escura, uma caixinha fechada
com um pequeno
orifício, divertia muita gente.
Com uma vela
acesa à frente, na face oposta à furada
numa imagem projetada
surge, de pernas para o ar,
uma chama a oscilar
Daqui à
fotografia e ao cinema foi um passo.
Já eram então
conhecidos uns jogos bem divertidos,
jogos óticos,
chamados.
Objetos
desenhados, variando a posição
mas dentro da
mesma ação,
se forem
observados a seguir, rapidamente,
podem dar a
ilusão de um movimento aparente.
Se num lado dum cartão
figurar uma pereira
e no outro uma pêra,
desenhada e invertida
ao rodarmos o
cartão, vai parecer-nos que a pêra
de uma forma
divertida, na árvore está pendurada.
As imagens que
nós vemos ficam durante algum tempo
retidas na nossa
mente.
Estamos a ver a
pereira e a pêra simultaneamente,
Como tal, parece
estar daquela árvore pendente.
Foram dois irmãos
franceses, Lumiére de apelido,
que inventaram o
cinema usando a fotografia….
Hoje é visto em
toda a parte, corre pelo mundo inteiro,
e chamam-lhe a
sétima arte.
Assim surgiu uma
indústria que gera muito dinheiro.
Após o cinema
nascer e nos primeiros trinta anos
os filmes não
tinham som. Dizia-se cinema mudo,
filmes cómicos, geralmente,
sempre muito divertidos.
Charlot, um ator
inglês um ator surpreendente,
era muito
conhecido.
Com um bigode
aparado e uma bengala na mão,
na cabeça uma cartola, um fraque mal ajeitado,
andando com os
pés de lado num papel de trapalhão
fazia de quase
tudo, fazia rir e chorar.
Hoje há famosos
atores e também realizadores.
Um deles Manoel
de Oliveira fica para sempre na história
pois não existe
memória de alguém assim, aos cem anos,
bons filmes
realizar
e ter ainda em
seus planos, a obra continuar.
A máquina de
filmar, primeiro uma raridade,
é hoje banalidade
e é sempre divertido
vermos através dos filmes toda a nossa evolução.
Aquele bebé
despido sempre a chapinar na água
era o tio
Sebastião que hoje tem bigode e barba.
E aquela
pequenita que usava uma grande trança,
era a madrinha
Ana Rita que hoje é a mãe da Constança.
Mas filmar um
grande filme, dos que passam em cartaz,
já é bem mais
complicado, nem toda a gente é capaz.
Podem ser de
animação, históricos, de ficção,
todos eles, sem
exceção, implicam dedicação,
estudo, imaginação, trabalho e custo elevado.
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